Empresas acreditam no potencial da região mas admitem falta de qualificação e mão-de-obra
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Algumas das empresas que marcaram presença na terceira edição da Lisbon Food Affair, que decorreu na FIL, em Lisboa, acreditam no potencial de desenvolvimento da região ribatejana, embora admitam alguns constrangimentos, como a falta de qualificação e de mão-de-obra.
A terceira edição da Lisbon Food Affair (LFA) realizou-se na Feira Internacional de Lisboa e contou com algumas empresas da região ribatejana. No evento, que se realizou entre 10 e 12 de Fevereiro, estiveram presentes a Olitrem, a Orivárzea e a Tagusvalley e todas afirmam que a região ribatejana é das que tem mais potencial económico no país, embora considerem que existe algumas condicionantes, nomeadamente a falta de qualificação e de mão-de-obra.
Com um dos stands mais imponentes do evento, exibindo uma enorme variedade de produtos, a Olitrem marcou presença pela segunda vez na LFA com o objectivo de continuar a aumentar a visibilidade da marca. “Queremos continuar a fazer parte do desenvolvimento da região através do nosso trabalho e da qualidade dos nossos produtos”, afirma Gonçalo Ferreira, gerente de desenvolvimento e negócios da empresa de equipamentos de refrigeração, sediada em Tremês, no concelho de Santarém. O responsável garante que a empresa está disponível para ter os seus equipamentos em hotéis e restaurantes que estão a emergir no território e assume que a localização geográfica é excelente para o desenvolvimento das empresas. Para Gonçalo Ferreira o principal desafio é a falta de mão-de-obra qualificada, uma vez que a maior parte dos quadros acaba sempre por “fugir” para a capital do país.
O Parque Ciência e Tecnologia – Tagusvalley, projecto sediado em Abrantes, tem parceria com várias instituições de ensino, como o Instituto Politécnico de Tomar e o Instituto Politécnico de Santarém e funciona também como uma incubadora de empresas, acolhendo no seu espaço diversas entidades. No seu stand, na Lisbon Food Affair, o Tagusvalley promoveu a sua unidade dedicada ao sector agroalimentar, INOV.LINEA, com demonstrações de produtos desenvolvidos no Parque Ciência e Tecnologia, como gelado de amêndoa ou de abóbora. Marco Alves, o coordenador da unidade de produção e de transferência de conhecimento da unidade, acredita que no sector agroalimentar, o Ribatejo é uma das regiões mais desenvolvidas, mas admite também que existe alguma falta de qualificação no tecido empresarial, sendo um desafio para várias empresas da região conseguir manter profissionais qualificados. Uma das iniciativas promovidas pelo Tagusvalley para combater esta tendência foi a promoção da literacia científica e tecnológica para alunos do primeiro ciclo no Médio Tejo. “Temos várias pessoas da nossa instituição que se deslocam à escola para dar aulas de robótica e programação, num projecto que abrange mais de três mil alunos”, conta.
A Orivárzea foi outra das empresas que marcou presença na FIL e Felipe Ventura, director comercial e de marketing, não poupa elogios à região ribatejana. “Como agricultores só temos elogios para a região, que é a maior do país para a produção de arroz”, garante, sendo da opinião que o território tem “o melhor dos dois mundos”, dada a proximidade com grandes centros e estando simultaneamente no meio dos campos e das florestas. A empresa agrícola, sediada em Salvaterra de Magos, promoveu os seus produtos da marca Bom Sucesso, sendo o mais conhecido o arroz carolino das lezírias ribatejanas, que dá nome a um festival anual no município de Benavente. “O Ribatejo tem crescido muito em turismo, consumo e divulgação e nós queremos fazer parte das empresas que vão ajudar a região a crescer ainda mais”, vinca a O MIRANTE.