Primeira edição da Agro Marinhais superou expectativas mas revelou preocupação com sector
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Feira agrícola organizada pela Comissão de Festas de Marinhais juntou dezenas de empresas, colectividades e artesãos.
A primeira edição da feira agrícola Agro Marinhais, organizada pela Comissão de Festas de Marinhais, decorreu entre 20 e 23 de Fevereiro. O evento contou com dezenas de empresas e colectividades, assim como espaços de animação, demonstrações de máquinas, mostras de gado, feira de artesanato, tasquinhas e até passeios de charrete pelo recinto. O evento decorreu no Largo das Festas, em Marinhais, algo que permitiu a instalação de vários expositores e produtos pelo terreno. O recinto acolheu cerca de 60 stands de diversas empresas, associações e artesãos, mas teve também espaço para mostras de gado, em específico de equinos, tal como para demonstrações de máquinas agrícolas a lavrar terreno.
“Temos na nossa comissão várias pessoas ligadas ao sector da agricultura. A ideia surgiu e avançámos”, afirmou Patrícia André, revelando que a iniciativa tinha sido trabalhada desde Setembro do ano passado. A tesoureira da Comissão de Festas de Marinhais assume que o sucesso do evento “superou as expectativas” e que trouxe certamente um bom retorno na angariação de fundos para a realização das festas em Agosto. A responsável destaca ainda que o número de visitantes foi superior ao esperado, o que reforça a importância de um evento agrícola na região.
A comissão conta com 54 membros e esteve também responsável pelas tasquinhas de comida e bebida, com principal destaque para o restaurante, que é a principal fonte de rendimento da associação. A gastronomia local teve grande protagonismo, com pratos tradicionais a serem servidos ao longo dos quatro dias. A organização contou com o apoio da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos e da Junta de Freguesia de Marinhais, tal como da população local, que se mobilizou para ajudar no evento. A zona de exposições esteve maioritariamente composta por diversas máquinas agrícolas, que ocuparam boa parte do espaço. As empresas presentes, todas elas da região, não pouparam elogios à organização do evento e apoiam a continuidade para outros anos. “Para primeira edição está muito bem organizado e foram bastante competentes”, elogia Vasco Gama Pereira, da Pelarigo, empresa com sede no concelho de Salvaterra de Magos. O engenheiro técnico agrário considera que o sector da agricultura vive uma crise, assumindo alguma especulação nos próximos anos. “O Ribatejo é o nosso pólo de acção e onde temos os nossos melhores clientes”, salienta, reforçando que a participação na feira foi positiva para a empresa, que tem várias lojas espalhadas pela região. A Entreposto Máquinas, com concessionário de tractores em Almeirim, também deixou elogios à estrutura da organização e assume que o mercado no Ribatejo continua a fluir. “Esta zona tem a agricultura mais desenvolvida a nível nacional”, afirma um dos operadores da empresa, demonstrando, no entanto, alguma apreensão dado o actual estado do sector.
A iniciativa não recebeu apenas empresas exclusivamente ligadas à agricultura, acolhendo também outras companhias, como do ramo automóvel e tecnológico. Paulo Santos, coordenador comercial da Carby, assume que o evento é uma “oportunidade para promovermos o mercado de viaturas comerciais”. O espaço da feira de artesanato contou com cerca de uma dezena de expositores, reunindo vários artesãos da região que aproveitaram a iniciativa para promover as suas obras e dinamizar alguns workshops, assim como a venda de alguns produtos regionais.