Benavente planta mais árvores mas oposição critica falta de sombras
O presidente da Câmara de Benavente apresentou um relatório onde demonstra que a arborização foi reforçada no concelho, enquanto vereadora da oposição alerta para a necessidade de zonas verdes com sombra e adaptadas ao clima.
A requalificação urbana de várias zonas do concelho de Benavente resultou num acréscimo do número de árvores plantadas, mas a falta de sombras nos renovados espaços tem sido questionada nas últimas reuniões de câmara. O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), apresentou um balanço sobre a arborização no município após as intervenções de requalificação urbana. Em resposta às preocupações levantadas pela vereadora Sónia Ferreira (PSD), que havia questionado a redução do número de árvores em alguns espaços requalificados, o edil apresentou os dados relativos às plantações realizadas.
De acordo com o autarca, antes da requalificação do centro histórico de Samora Correia, existiam 38 árvores. Com a intervenção, esse número passou para 87, representando um aumento significativo da cobertura arbórea. Em Benavente, as praças tinham um total de 23 árvores, subindo agora para 27, apesar das limitações impostas na Praça da República, onde as descobertas arqueológicas relacionadas com contextos fúnebres condicionaram o projecto inicial. Já na zona central de Santo Estêvão, em particular no largo do poço, o número de árvores subiu de 30 para 55.
No entender do presidente do município, a percepção dos cidadãos em relação à arborização poderá ser afectada pelo tempo necessário ao crescimento das árvores. O presidente acrescenta ainda que a escolha das espécies plantadas foi criteriosa, privilegiando árvores adequadas ao meio urbano, evitando-se espécies de crescimento rápido que possam apresentar fragilidades estruturais e danos nos pavimentos. No caso do Largo João Fernandes Pratas em Samora Correia, Carlos Coutinho destaca a manutenção dos 14 plátanos existentes, tendo sido plantadas novas árvores para garantir uma transição futura.
A vereadora Sónia Ferreira, que é também candidata do PSD nas próximas autárquicas, mostra-se reticente quanto às melhorias anunciadas, afirmando que a questão central não reside apenas no número de árvores plantadas, mas sim na ausência de sombras nos espaços urbanos renovados. “Provavelmente, nem os meus netos vão ver estas árvores grandes e a darem sombra”, vinca. A autarca sublinha que, face ao aumento das temperaturas e às alterações climáticas, seria essencial uma aposta mais forte em zonas de sombra e espaços verdes mais densos, criando áreas de convívio confortáveis para a população.
A crítica estendeu-se ainda ao parque infantil “O Campino”, em Benavente, que, segundo Sónia Ferreira, não tem uma única sombra e, por isso, durante os meses de Verão, apenas pode ser utilizado em horários muito limitados, como ao início da manhã ou ao final da tarde.