Prestação de Contas de Abrantes evidencia gestão exemplar e rigorosa

A prestação de contas de Abrantes em 2024 apresenta um património líquido positivo com 2% de crescimento e com uma taxa de execução de 100% nas receitas. O PS elogiou a gestão “exemplar e rigorosa” do município, mas o PSD apontou “fragilidades estratégicas” e a AlternativaCom denunciou “falhanços estratégicos”.
A apreciação das contas de 2024 da Câmara Municipal de Abrantes e dos Serviços Municipalizados motivou várias intervenções na assembleia municipal. O PS elogiou a execução orçamental e a estabilidade financeira do município, enquanto o PSD optou pela abstenção por certas “fragilidades” financeiras no relatório. O movimento AlternativaCom votou contra, apontando “falhas estruturais” e prejuízos acumulados.
A Câmara Municipal de Abrantes aprovou receitas de 48,7 milhões de euros, um aumento de 8% face ao ano anterior, e despesas de 35,9 milhões (+7% do que em 2023). A dívida manteve-se nos 51,1 milhões e o património líquido cresceu 2%. O presidente da câmara, Manuel Valamatos, afirma que houve ainda uma taxa de execução global de 100% nas receitas e que, no que diz respeito ao apoio às juntas de freguesias, a autarquia transferiu mais de três milhões de euros e para entidades terceiras transferiu cerca de 5,6 milhões de euros. Nos serviços municipalizados não houve aumento tarifário e a qualidade da água manteve-se próxima dos 100%, com um resultado positivo de cerca de 68 mil euros.
João Paulo (PSD), apesar de reconhecer o parecer positivo do Revisor Oficial de Contas, denunciou uma quebra no resultado líquido dos SMAS (menos 84% face ao ano anterior), causada pela redução do consumo de água. Criticou também os custos elevados com saneamento e resíduos e o impacto do aumento da despesa com pessoal, levantando também questões sobre certos resultados negativos do Tagus Valley. O deputado José Rafael Nascimento(AlternativaCom) foi o mais crítico. Acusou o executivo de “mascarar falhanços com propaganda”, destacando supostos prejuízos acumulados pelo Tagus Valley na ordem dos 677 mil euros em 5 anos e o “fracasso” de programas como o “Mais Comércio”, onde indica que apenas um em oito estabelecimentos apoiados em 2022 “sobreviveu”. Também apontou a baixa taxa de execução da despesa (74%) e do Finabrantes (68%) e destacou ainda a quebra da receita própria do município, que segundo o movimento é a maior da década, e um aumento de 45% no número de funcionários desde 2019, que está muito acima da média regional.
Na resposta, Tiago Ricardo (PS) desvalorizou os ataques da oposição, reafirmando a validade técnica das contas e defendeu ainda a actividade do Tagus Valley, que acumulou cerca de 70 milhões de euros facturados ao longo dos anos. “Quem ouve esta intervenção parece que nós estamos falidos, mal geridos e somos todos uns trafulhas. Mas também não tinha dúvidas que haveria alguma votação contrária a este documento que, é claro, é conciso e com rigor”, reafirmou.