Economia | 09-07-2025 12:00

Mercadona é o maior empregador de Almeirim e bloco logístico é exemplo de agilidade pública

Mercadona é o maior empregador de Almeirim e bloco logístico é exemplo de agilidade pública
Governantes, autarcas e empresários na inauguração da maior plataforma da Mercadona na Península Ibérica - foto O MIRANTE

O bloco logístico de Almeirim da Mercadona é a maior obra da empresa de supermercados, mas a grandiosidade do projecto destacou-se pela agilidade de soluções, que veio mostrar que é possível fazer a maior plataforma da marca na Península Ibérica em tempo recorde, porque as entidades públicas estiveram do lado da solução. A empresa, com este investimento de 290 milhões de euros, criou 630 postos de trabalho, o que foi possível porque o município reservou no PDM, desde 1993, uma vasta área para instalações empresariais.

O bloco logístico da Mercadona em Almeirim é o maior empregador do concelho e um dos maiores da região, com 630 trabalhadores que beneficiam de planos de carreira e condições remuneratórias acima da média e que entram para a empresa com contrato sem termo (efectivo). Na inauguração daquela que é a maior plataforma da empresa na Península Ibérica, com 440 mil metros quadrados, dos quais 120 mil de edificações, em que se destacam dois enormes armazéns de secos e de frio, ficou bem evidente a visão de futuro e estratégia de expansão da rede em Portugal. A estrutura está preparada para carregar diariamente 500 camiões e está pensada para acompanhar o crescimento da marca no país, actualmente com 63 lojas.
A importância da instalação do bloco em Almeirim é de tal modo importante que o presidente da câmara, Pedro Ribeiro, disse ser um dia histórico para o município. O autarca destaca a forma como o investimento foi sendo implantado superando as dificuldades e encontrando soluções na construção “do maior bloco da Mercadona feito em menos tempo”. Além dos novos postos de trabalho e da influência que a empresa está a ter na dinâmica social e económica, a cidade ficou a ganhar com oito milhões em infra-estruturas para uso público, como estradas, iluminação, rotundas, saneamento, além dos impostos e de 1,7 milhões de euros pagos à autarquia em taxas e licenças.
O terreno onde a empresa se instalou estava disponível para empresas, em termos de Plano Director Municipal (PDM), desde 1993. O que revela a importância de se ter disponíveis áreas para instalação de empresas, como destacou Pedro Ribeiro na sua intervenção na cerimónia na sexta-feira, 27 de Junho. Quando muito se fala da burocracia e dos entraves causados pelos organismos do Estado, o autarca elogiou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e da Infraestruturas de Portugal, que “estiveram do lado das soluções, embora com algumas dificuldades. Questão a que deu seguimento o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, para destacar a estratégia do Governo na desburocratização, salientando que o Estado tem de ter as condições para atrair investimento.
Manuel Castro Almeida, considerando que investimentos como o da Mercadona permitem modernizar a economia do país e criar valor acrescentado para as regiões, realçou o papel diligente da câmara e sugeriu que os serviços do Estado devem ser colaborantes com os investimentos. Dizendo que se tem de passar esta imagem a quem está na administração pública, o ministro elege como prioridade acabar com alguns licenciamentos e pareceres que atrasam o desenvolvimento dos investimentos, reconhecendo que nessa altura vai haver descontentamentos porque isso afecta muitos interesses corporativos.
“Portugal é um país bom para investir e recebe bem os seus investidores. Investimento, crescimento económico, competitividade, produtividade, e lucro são as nossas palavras-âncora. Os lucros de hoje são os capitais próprios do próximo investimento. É com investimento e inovação que podemos melhorar os salários”, referiu o ministro sublinhando que “o lucro é bom, o prejuízo é que é mau”.
Para a directora de Relações Institucionais da Mercadona Portugal, Inês Santos, o bloco logístico espelha o compromisso da Mercadona com Portugal, acrescentando que a empresa continua, ano após ano, a procurar ser mais portuguesa e a criar um projecto de crescimento partilhado lado a lado com os colaboradores e fornecedores. A visão da empresa e a forma como está no mercado destaca-se em várias situações, algumas reveladas pelo presidente do município na inauguração, como o facto de durante o processo de instalação a empresa nunca ter pedido qualquer benefício, perguntando apenas quanto tempo é que demoravam determinadas situações.

Mais de 700 empresas nacionais na construção e 7,2 milhões investidos em formação e pessoas

A instalação da empresa de supermercados, que investiu 290 milhões de euros em Almeirim, constituiu um marco a que a zona não estava habituada, com mais de 700 empresas nacionais envolvidas na construção. Quando entrou em Portugal a Mercadona fez um pólo logístico em Póvoa de Varzim (Porto), aberto desde 2019. Actualmente, a logística da Mercadona em Portugal é assegurada por uma equipa de mil pessoas, sendo que no total trabalham para a empresa cerca de sete mil pessoas. A construção do bloco de Almeirim iniciou-se em 2022 e além dos armazéns com quase 100 mil metros quadrados, dispõe de um edifício de serviços gerais e escritórios e uma oficina de lojas.
“O processo de formação das novas incorporações representou um investimento de 7,2 milhões de euros, reforçando a aposta da empresa nas pessoas que compõem a sua equipa, um dos activos fundamentais e, sem dúvida, a causa do sucesso do seu projecto empresarial”, destaca a Mercadona. As instalações de Almeirim estão instalados 8.700 painéis solares, que garantem 25% da necessidade energética, conforme destacou Artur Silva, director do Bloco Logístico de Almeirim.
No total, a Mercadona dispõe de uma rede logística eficiente de 1,4 milhões de metros quadrados distribuídos por 17 blocos logísticos, dois armazéns satélites, dois armazéns reguladores e um armazém de material, aos quais se somam 6 ‘colmeias’ (armazéns exclusivos de venda online em Espanha), que abastecem mais de 1.665 supermercados da empresa.

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