Património da Quinta Municipal da Piedade com intervenção prevista para 2026-2027
Informação foi avançada por eleito do PS na Assembleia de Freguesia da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa. Movimento independente acusou o autarca de ter informação privilegiada e moção a exigir a conservação do património cultural foi aprovada na mesma pelas cinco bancadas da oposição.
Arrancaram em Março os trabalhos arqueológicos com vista à recuperação da Lapa do Senhor Morto e à remoção da cobertura do Oratório de São Jerónimo, na Quinta Municipal da Piedade, na Póvoa de Santa Iria, que é património municipal. A informação foi revelada pelo eleito Marco Fernandes, da bancada do PS na Assembleia de Freguesia da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, na sequência da apresentação de uma moção da bancada do movimento AIPMF (António Inácio Póvoa Mais Forte) que apelava à conservação desse património.
De acordo com o autarca socialista, o projecto de execução da empreitada para a recuperação da Lapa e do Oratório decorrerá durante os anos de 2026 e 2027. A bancada da AIPMF acusou o Partido Socialista de dispor de informação privilegiada, dado que os autarcas desconheciam que o processo já tinha evoluído por parte do Instituto do Património Cultural (IPC) e da Câmara de Vila Franca de Xira. Apesar dessa informação, a moção foi aprovada pelas cinco bancadas da oposição (CNR, BE, AIPMF, CHEGA e CDU), com votos contra do PS.
Recorde-se que, em Dezembro de 2024, na sequência de uma denúncia, o IPC obrigou a câmara a tomar medidas urgentes e provisórias para proteger o imóvel, enquanto a autarquia não avançasse com a intervenção definitiva de conservação e restauro que, segundo o organismo, já estava aprovada de forma condicionada desde 28 de Novembro de 2022.
Na altura, a câmara respondeu que estava a executar as medidas provisórias de protecção do Oratório de São Jerónimo, como a reparação da vedação e a intervenção na cobertura metálica para o preservar das intempéries, conforme determinado pelo IPC.
O abandono do espaço tem merecido críticas da comunidade e dos autarcas ao longo de mais de uma década, durante a qual foram feitos alertas constantes para a recuperação do património cultural. O MIRANTE solicitou esclarecimentos do ponto de situação dos trabalhos à Câmara de VFX, mas ainda aguarda resposta.