Economia | 13-08-2025 18:00

Empresa intermunicipal de transportes da Lezíria não convence oposição em Azambuja

Empresa intermunicipal de transportes da Lezíria não convence oposição em Azambuja
Actualmente o transporte rodoviário de passageiros na Lezíria do Tejo é garantido pelas empresas Rodoviária do Tejo e Ribatejana - foto O MIRANTE

O investimento previsto na criação da empresa intermunicipal de transportes da Lezíria do Tejo vai subir acentuadamente face ao inicialmente previsto. Cada município vai ter uma participação social correspondente à sua população. PSD e Chega na Câmara de Azambuja falam de deliberação apressada, antes das eleições, que não beneficia o concelho.

O vice-presidente da Câmara de Azambuja deu a conhecer alterações ao projecto da constituição da empresa intermunicipal que vai assegurar o transporte público rodoviário na Lezíria do Tejo. António José Matos (PS) começou por enumerar, na apresentação da proposta, os pontos positivos do projecto da nova empresa intermunicipal de transportes da Lezíria do Tejo, como a diminuição da idade média da frota e o financiamento para a compra de viaturas eléctricas, mas não convenceu a oposição. PSD e Chega votaram contra a proposta que, ainda assim, acabou aprovada pelos votos favoráveis do PS e CDU.
O documento aprovado atesta que a futura participação da Câmara de Azambuja na empresa intermunicipal a constituir será de 9,1%, o que implica a subscrição de uma participação de capital no montante de 272.438 euros. Tal como explicou António José Matos, que dirigiu os trabalhos, o cálculo foi feito “em função do número de habitantes de cada concelho”, mas o PSD não concorda, considerando que o município de Azambuja sai prejudicado. “A utilização do transporte público rodoviário dentro da Comunidade Intermunicipal, no caso de Azambuja, está abaixo dos 10%, o que significa que o município vai estar a financiar o transporte de outros concelhos. É um critério desigual para a nossa população e contas públicas”, justificou a bancada social-democrata.

Mais dinheiro para autocarros e motoristas
Segundo informou o vice-presidente da Câmara de Azambuja, a empresa pretende adquirir uma frota em que 75% das viaturas são novas e 16 eléctricas, o que permitirá ter uma idade média inferior a três anos que contrasta com a frota actual que circula nessa área territorial e que é de 18 anos e meio. Ao longo de 15 anos, destacou, a média de idade da frota será sempre inferior a 12 anos. Esta é uma das alterações ao projecto e que faz com que o investimento nesta área seja de 22 milhões de euros e não de 8 milhões de euros, como tinha sido inicialmente previsto. O Fundo Ambiental, adiantou ainda, suportará a diferença na compra das viaturas eléctricas, mais caras que as movidas a combustível fóssil.
Relativamente aos custos previstos com o pessoal, também há um aumento, passando de 5,1 milhões de euros para 5,79 milhões de euros, numa tentativa de se conseguir atrair mais motoristas. No que respeita aos passes, o autarca socialista informou que está previsto um passe para a circulação na Lezíria do Tejo no valor de 20 euros e um passe para a Área Metropolitana de Lisboa no valor de 40 euros. Em termos de rotas não haverá, pelo menos inicialmente, alterações previstas no caso de Azambuja.

Críticas ao timing da decisão
O vereador do PSD, Rui Corça, disse ter as “maiores dúvidas” que os municípios e a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo “tenham a capacidade” de fazer a empresa arrancar. “Prova disso é que estamos a falar de uma empresa que deveria ter sido criada e estar no terreno desde 2023 e já passou metade de 2025 e não se conseguiu até hoje fazê-lo. Esta não é a solução para os problemas de transporte”, defendeu. O social-democrata criticou ainda a discussão de uma proposta com este peso para os cofres municipais a poucos meses das eleições autárquicas. “Do ponto de vista ético e político esta decisão não deveria estar a ser tomada neste momento, antes das eleições, condicionando todos os executivos das câmaras municipais durante quatro anos”, disse.
A vereadora do Chega, Inês Louro, concordou com a argumentação de Rui Corça, considerando que não é correcto tomar-se uma deliberação destas a “dois meses e 17 dias” da entrada de novos executivos. Deixou ainda no ar a ideia de que a pressa desta deliberação e constituição da empresa seja para “encaixar presidentes [de câmara] que não vão ser eleitos” nas eleições de 12 de Outubro.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1729
    13-08-2025
    Capa Médio Tejo
    Edição nº 1729
    13-08-2025
    Capa Lezíria Tejo
    Edição nº 1729
    13-08-2025
    Capa Vale Tejo