Ministro da Agricultura destaca na inauguração da Agroglobal a importância do Tejo para o sector agrícola

O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, visitou os campos de ensaios da Agroglobal, na Quinta de Alorna, em Almeirim, destacando a importância de uma agricultura cada vez mais tecnológica. Na feira, que reúne mais de 280 empresas e instituições, foi realçada a necessidade de simplificação da legislação e atracção de jovens para o sector que está a ver os rendimentos aumentarem.
O ministro da Agricultura destacou o papel do rio Tejo enquanto elemento estratégico para a agricultura da região e para o território, na inauguração da 10ª edição Agroglobal, em Santarém, uma das maiores feiras agrícolas para profissionais na Península Ibérica, no Centro Nacional de Exposições. José Manuel Fernandes realçou que o Governo tem em marcha o plano “Água que Une”, que prevê um investimento de 5,4 mil milhões de euros até 2030 e mais 4 mil milhões até 2040, com o objectivo de armazenar água e distribuí-la através de uma rede eficiente. Um programa financeiro no qual está contemplado o Projecto Tejo para a criação de reservas de águas para fins múltiplos, essencialmente agrícolas.
Segundo o governante, este plano permitirá não só reforçar os projectos agrícolas e garantir caudais ecológicos, mas também potenciar o turismo nas margens, evitar inundações e aumentar a atractividade do território para novos investimentos. “É um objectivo nacional, que reforçará não só os projectos em execução, como criará condições para um futuro mais sustentável para a agricultura e para o país”, sublinhou o ministro, alertando para a urgência na renovação da classe agrícola, atraindo mais jovens para o sector. José Manuel Fernandes deixou ainda um apelo para que sejam removidos entraves burocráticos que dificultam a modernização da agricultura.
Agroglobal atrai mais de 280 empresas e entidades ligadas à agricultura, pecuária, indústria agroalimentar e floresta. A sessão de inauguração, na terça-feira, 9 de Setembro, iniciou-se nos campos agrícolas da Quinta da Alorna, em Almeirim, onde funcionam os campos de ensaios da feira e onde foi possível conhecer de perto as tecnologias expostas. O ministro destacou que o sector agrícola português vive um momento de transformação tecnológica que exige rapidez de resposta por parte da administração pública, apelando que sejam removidos entraves burocráticos nos projectos agrícolas, acrescentando que muitas vezes os projectos são avaliados com uma lógica de recusa e não com a preocupação de viabilizar soluções.
“Hoje a agricultura é modernidade, são drones, sensores, inteligência artificial e economia dos dados”, sublinhou, insistindo que os agricultores têm de ser reconhecidos como parte fundamental da sustentabilidade e não como um problema ambiental. “Não podemos continuar a olhar para o agricultor como o vilão e o poluidor do ambiente, porque não é, pelo contrário”, realçou José Manuel Fernandes, revelando que os agricultores registaram um aumento de rendimento de 14,7% face ao ano anterior. Para o ministro, estes números demonstram que há “competitividade e futuro”, mas alertou para a necessidade de atrair jovens para a agricultura. “Sem renovação geracional não há continuidade, e sem continuidade não há futuro para o sector”, frisou, destacando a importância da inovação e da aposta no conhecimento para garantir um sector mais competitivo.