Economia | 29-09-2025 11:27
Empresa de Santarém pede para sair de lista negra da ONU ligada a colonatos israelitas
Steconfer, empresa sediada na Póvoa de Santarém, diz que não tem qualquer relação contratual directa com o Governo de Israel ou qualquer autoridade governamental da região.
A Steconfer, empresa sediada no concelho de Santarém incluída na 'lista negra' ligada a colonatos israelitas, divulgada pela ONU, garante ter um “papel neutro e apolítico” nos países onde opera e pediu para ser retirada daquele banco de dados. Numa carta enviada ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a Steconfer sublinha que “não se envolve em decisões políticas ou governamentais” e que “o seu papel limita-se estritamente à execução técnica de obras como subcontratado de grandes empreiteiros de engenharia, aquisição e construção”. Além disso, acrescenta a empresa, “não tem qualquer relação contratual directa com o Governo de Israel ou qualquer autoridade governamental da região”.
As explicações da empresa, a única portuguesa que foi incluída na lista actualizada de 158 empresas ligadas, segundo a agência da ONU, ao desenvolvimento de colonatos israelitas considerados ilegais pelo direito internacional, foram dadas numa carta enviada à ONU a 2 de Setembro, mas ainda não publicada. Contactada pela Lusa, a Steconfer disse já ter respondido formalmente ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos no dia 24 de Setembro, “dentro do prazo e no formato exigidos pela própria ONU, para que a resposta fosse publicada no ‘site’ oficial da organização”. No entanto, adiantou fonte oficial da empresa, “a ONU não procedeu à divulgação dessa resposta, apesar de ter comunicado que o faria”.
Garantindo ter um “compromisso com a defesa dos direitos humanos, do direito internacional e dos valores da transparência e da paz”, a empresa de Santarém lembra que opera em mais de 15 países, “disponibilizando sistemas de transporte público com o objectivo de melhorar a mobilidade, a sustentabilidade e o bem-estar da comunidade”.
A Steconfer afirma também que vai lançar um mecanismo para “identificar, avaliar e mitigar potenciais riscos para os direitos humanos associados a operações em territórios sob disputa internacional”. Na mesma carta, a empresa pede à ONU que reconsidere a sua inclusão na lista até porque “não tem a intenção de beneficiar economicamente dos colonatos e está a tomar medidas proactivas para alinhar as suas operações com os padrões internacionais de direitos humanos”.
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