Economia | 07-11-2025 15:10

Imigrantes são fundamentais para a economia da região e do país

FOTO ILUSTRATIVA – FOTO DR

Sem mão de obra estrangeira, alguns sectores de actividade funcionariam a meio gás, como a agricultura e a hotelaria e a restauração. Essa constatação foi deixada em Santarém durante um seminário sobre imigração.

Cerca de 22% dos inscritos no Centro de Emprego de Santarém são estrangeiros, divulgou a directora do Centro de Emprego e Formação de Santarém do IEFP, Conceição Silva, que esteve como moderadora no painel “Migração, trabalho e inovação: caminhos para o desenvolvimento”, que integrou um seminário sobre imigração que decorreu durante o dia 5 de Novembro no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém. A responsável referiu que o serviço tem sido inovador no atendimento a imigrantes, garantindo tradutor em diversos idiomas que possibilitam uma relação mais fácil e inclusiva.
Conceição Silva acrescentou que actualmente existem à volta de 900 formandos em “português língua de acolhimento”, vincando que o IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional) tem sido um parceiro importante na integração de quem vem de fora à procura de trabalho. Considerando que os trabalhadores imigrantes “são estratégicos” para garantir mão de obra em diversos sectores de actividade, afirmou que o grande desafio actualmente, para além da língua, é dar-lhes competências para a sua integração no mercado de trabalho.
Como vincaram os vários oradores do painel, a mão de obra imigrante é fundamental para o desenvolvimento da economia nacional e crucial para alguns sectores de actividade, como a agricultura, hotelaria e restauração. O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Álvaro Mendoça e Moura, e o presidente da Nersant, Pedroso Leal, vincaram essa tese, mas também Álvaro Beleza, presidente da SEDES, deixou essa ideia. Segundo dados avançados na sessão, nos últimos anos a região ribatejana acolheu mais de 50 mil imigrantes, sendo que a grande maioria está a trabalhar e a contribuir para a criação de riqueza. A língua continua a ser a maior barreira para quem vem de fora do espaço lusófono no que toca à integração laboral.
O líder da CAP realçou que “hoje não é concebível o desenvolvimento do país sem imigrantes”, acrescentando que são à volta de 40 mil só no sector da agricultura, sobretudo asiáticos. E começa a haver dificuldade em reter essa mão-de-obra a prazo, pois é atraída por melhores salários noutros países europeus. “É fundamental garantir-lhes segurança, ter documentação a tempo e horas e a possibilidade de trazerem a família”, considerou Mendonça e Moura, ressalvando que é necessário controlar o fluxo de entradas no país, pois a vaga migratória dos últimos anos, constatou, só teve paralelo na vinda dos chamados ‘retornados’ das ex-colónias, em 1974 e 1975. “O sistema até há dois anos estava completamente descontrolado”, vincou o antigo embaixador, acrescentando que “o Estado não só permitiu a entrada descontrolada de imigrantes como não preparou os seus serviços para isso”.

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