Economia | 16-11-2025 12:00

Nobre diz-se empenhada no processo negocial e que adesão à greve ronda 30%

Nobre diz-se empenhada no processo negocial e que adesão à greve ronda 30%
FOTO – SINTAB

Trabalhadores da Nobre exigem aumento salarial, valorização do subsídio de refeição e do trabalho nocturno, alteração do valor das diuturnidades, entre outras reivindicações.

A Nobre Alimentação disse que a greve teve uma adesão de cerca de 30% e está empenhada no processo de negociação e em alcançar soluções equilibradas para resolver a contenda que levou a 24 greves em dois anos. Do universo total de 780 trabalhadores da empresa, “cerca de 30% não se apresentaram ao serviço”, informou a Nobre Alimentação, considerando não se poder “afirmar se são valores de adesão à greve ou se faltaram por outras razões”.
Em causa está uma greve de dois dias convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos (SINTAB) para denunciar a falta de vontade da empresa, sediada em Rio Maior, para negociar o caderno reivindicativo dos trabalhadores e que, segundo o dirigente sindical Diogo Lopes, teve uma adesão de 90%.
“Se falarmos no grupo de trabalhadores sindicalizados declarados, e que são 84, a taxa de ausência alcançará o máximo de 45%”, declarou a empresa numa resposta enviada por ‘email’ à agência Lusa. A empresa esclareceu ainda que se encontra actualmente “envolvida num processo de conciliação estruturado com os sindicatos, sob a supervisão das autoridades laborais competentes”, no âmbito do qual já se realizaram duas reuniões de conciliação (em 1 de Setembro e em 23 de Outubro) na Direcção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT). A Nobre “tem participado activamente em todas as reuniões e mantém-se totalmente empenhada neste processo”, que tem agendada uma nova sessão de conciliação para 17 de Dezembro.
O objectivo deste processo “é promover o diálogo e alcançar soluções equilibradas e sustentáveis”, acrescentou a empresa no texto em que considera que “a realização de acções de greve enquanto decorrem os esforços de conciliação não reflecte a mesma postura construtiva e colaborativa na resolução das questões em causa”.
Esta é a 24.ª greve convocada pelo sindicato desde 2023, face à alegada indisponibilidade da empresa em negociar o caderno reivindicativo entregue pelos trabalhadores que exigem um aumento salarial de 150 euros, a valorização do subsídio de refeição (dos actuais 5,50 euros para oito euros) e do trabalho nocturno, a alteração do valor das diuturnidades, o direito a 25 dias de férias e o fim do recurso à contratação precária, entre outras reivindicações. Questionada pela Lusa, a empresa não esclareceu se vai ou não apresentar uma contraproposta, mas sublinhou que, “apesar do contexto económico desafiante no sector — marcado por aumentos significativos nos custos das matérias-primas, produção e logística —, implementou aumentos salariais em dois anos consecutivos (2023 e 2024), independentemente do processo de diálogo em curso, de forma a assegurar uma remuneração competitiva”. Além disso a empresa “oferece um pacote abrangente de benefícios, além do salário”, medidas que “demonstram o compromisso contínuo da empresa em reconhecer e recompensar a dedicação das suas equipas”, conclui na reposta enviada à Lusa.

PCP saudou luta dos trabalhadores da Carnes Nobre

A Direcção da Organização Regional de Santarém (DORSA) do Partido Comunista Português “saúda calorosamente os trabalhadores da Carnes Nobre”, que realizaram uma greve na unidade industrial de Rio Maior em defesa dos seus direitos, por aumentos salariais e contra o pacote laboral imposto pelo Governo.
“Esta luta é a expressão da justa indignação e determinação dos trabalhadores perante a ofensiva que procura agravar a exploração e limitar direitos fundamentais, designadamente através das alterações à legislação laboral. O chamado ‘pacote laboral’ representa uma nova machadada nos direitos de quem trabalha, facilitando os despedimentos, promovendo a precariedade e reforçando o poder do patronato”, consideram os comunistas.
Os comunistas garantem que continuarão a intervir, no plano político e institucional, “para revogar as normas gravosas da legislação laboral e garantir aumentos salariais que assegurem uma vida digna a quem trabalha”, apelando a que a luta dos trabalhadores da Carnes Nobre seja um exemplo e um estímulo para outros sectores e empresas da região”.

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