Agricultores das Caneiras continuam a protestar e com prejuízos devido ao mau estado das estradas
Mais de duas dezenas de empresários do sector agrícola continuam a queixar-se do mau estado das estradas de campo na zona das Caneiras, em Santarém. Mau tempo tem agravado a situação.
Mais de duas dezenas de empresários do sector agrícola continuam a protestar e a queixar-se devido a mau estado das estradas de campo na zona das Caneiras, aldeia na periferia de Santarém. Segundo reforçam a O MIRANTE, esta situação continua a causar prejuízos de milhares de euros nas culturas e em reparação de veículos. Vera Alagoa, uma das empresárias mais inconformadas, afirma que são poucos os meses em que não é obrigada a ir com veículos à oficina de mecânica. “É uma situação que se está a tornar insustentável. Gostava que os nossos autarcas também fossem obrigados a circular em estradas como as que temos. É muito difícil trabalhar nestas condições”, sublinha.
Ao longo do percurso que liga a aldeia avieira à ponte do Vale de Santarém, com cerca de três quilómetros em estrada de terra batida, é quase impossível circular sem andar aos solavancos; a velocidade tem de ser obrigatoriamente inferior a 10 km/h, caso contrário, o mais certo é o veículo ficar condenado. Vera Alagoa lamenta que esta situação dure há vários anos. A agricultora diz que já foram realizados vários contactos com o município de Santarém para, pelo menos, procederem à manutenção das estradas, mas até agora ainda nada foi feito, embora existam promessas feitas pelos autarcas. Vera Alagoa conta a O MIRANTE que todos os anos, depois da campanha, tem que colocar os seus tractores e carrinhas no mecânico para substituir os amortecedores, suspensões e outras peças que ficam partidas devido ao mau estado do piso. A empresária diz que os acessos só não estão piores porque os camionistas que trabalham na empresa que explora o areeiro nas redondezas vão colocando brita e molhando a terra.
Na altura em que O MIRANTE realizou a primeira reportagem sobre o assunto, em 2022, Joaquim Travessa, proprietário de cerca de 14 hectares de vinha, dizia que não há tractor que resista às crateras na terra e que já perdeu a conta ao investimento realizado na manutenção das suas viaturas. Mário Leal, com quem O MIRANTE também conversou, sofre do mesmo problema. “Sai muita comida destas terras para alimentar a população do concelho de Santarém. O mínimo que podemos pedir é que nos ajudem a ter condições para trabalhar porque desta forma estamos a pagar para trabalhar”, lamentam.


