Especialistas alertam para número de reciclagem de recipientes onde se guardam alimentos
Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) alertaram, a propósito do Dia Mundial da Segurança Alimentar, para a necessidade dos consumidores estarem atentos ao “número de reciclagem” dos recipientes onde armazenam os alimentos.
Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) alertaram, a propósito do Dia Mundial da Segurança Alimentar, para a necessidade dos consumidores estarem atentos ao “número de reciclagem” dos recipientes onde armazenam os alimentos.
Em declarações à agência Lusa, Duarte Torres, um dos investigadores envolvidos no projecto FOCACCia, que visava avaliar a exposição a perigos químicos existentes na cadeia alimentar e contaminantes que provém das embalagens, alertou para a necessidade dos consumidores estarem atentos ao número de reciclagem dos recipientes onde armazenam e aquecem os alimentos, pois embalagens com o número sete, seis e três “podem conter contaminantes que migram para os alimentos”.
“Devemos ter sempre em consideração e perceber qual o material de que é feito aquele recipiente”, salientou o investigador, observando que tal informação é fornecida pelo número de reciclagem (número que normalmente aparece no triângulo da reciclagem), e que convém “diminuir a exposição” a compostos como os ftalatos, usados para conferir flexibilidade aos plásticos e que podem migrar dos materiais para a atmosfera, alimentos ou bebidas.
Na data em que se assinala o Dia Mundial para a Segurança Alimentar, Duarte Torres alertou também para a necessidade de se evitar consumir as partes “muito queimadas ou carbonizadas” da carne, peixe e ovos, pois podem concentrar compostos químicos “indesejáveis” como aminas heterocíclicas, que se formam na confecção a altas temperaturas e durante longos períodos.
“A mensagem é evitar processar em demasia os alimentos, que devem ser tratados de forma suave. Quando aparecem partes muito queimadas num alimento, essa parte não deve ser ingerida”, observou. O investigador recomendou ainda a substituição de alimentos processados e ultra processados, fruto de formulações que contêm um “conjunto alargado de ingredientes, muitos deles, aditivos”, por alimentos menos processados.