Economia | 29-08-2022 10:00

Ministério da Agricultura já concluiu estudo que permite avançar com Projecto Tejo

Ministério da Agricultura já concluiu estudo que permite avançar com Projecto Tejo

Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, revelou que o estudo de viabilidade económica e ambiental da iniciativa que partiu dos donos da Lagoalva, em Alpiarça, preocupados com a falta de reservas de água, vai ser apresentado em Outubro. O ministério tinha anunciado em Maio a realização do estudo e agora vai também avançar com o estudo de aproveitamento da barragem do Carril para rega sendo que parte da água pode ser desviada para o Projecto Tejo.

O Ministério da Agricultura já concluiu o estudo técnico de viabilidade económica e ambiental do Projecto Tejo, uma iniciativa dos proprietários da Lagoalva, em Alpiarça, Manuel e Miguel Campilho, e que prevê a realização de várias obras no curso do rio para irrigação, abastecimento público ou lazer, num investimento calculado em 4,5 mil milhões de euros. A ministra da Agricultura anunciou em Alpiarça, na inauguração da Alpiagra – Feira Agrícola e Comercial de Alpiarça, que o estudo e o projecto vão ser apresentados em Outubro e que está a ser avaliada a utilização da barragem do Carril, no concelho de Tomar, para fins hidro-agrícolas na zona do Vale do Tejo. Maria do Céu Antunes revela que parte da água desta barragem pode ser desviada para alimentar as reservas de água previstas no Projecto Tejo.
O intuito do estudo da barragem do Carril é de, além de avaliar o potencial hidro-agrícola, estudar as soluções de engenharia a adoptar de forma sustentável. “Está em revisão e actualização o contrato de concessão em relação à utilização dos recursos hídricos na albufeira do Carril e pondera-se a possibilidade do Projecto Tejo ter um volume reservado para fins agrícolas através dessa albufeira”, esclareceu a ministra.
O estudo de avaliação do Projecto Tejo iniciou-se em meados de Abril e para já a primeira preocupação, segundo realçou a ministra, é travar a cunha salina (subida da água salgada do mar) que se está a agravar. Em Maio o vice-presidente da +Tejo – Associação para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Tejo, promotora do projecto já tinha dito que a obra prioritária é a construção do açude de Azambuja. A intervenção para controlar a salinidade do rio e garantir água doce a montante tem um custo estimado de 70 milhões de euros. Jorge Froes disse também na altura que se o ministério tiver vontade pode começar a fazer as primeiras obras no espaço de três anos. Jorge Froes considerava ainda que durante este quadro comunitário de apoio consegue-se fazer intervenções que permitam irrigar cerca de 100 mil hectares de campos agrícolas, dos 300 mil previstos realçando que o projecto é modelar e que podem fazer-se as obras aos poucos.

Agricultura de Alpiarça é um exemplo
A ministra deixou ainda uma palavra de apreço pelo trabalho dos agricultores e defendeu que, em conjunto com o Governo, estão a trabalhar para que a agricultura em Portugal seja mais moderna, melhor preparada para fazer face às alterações climáticas e mais atractiva para os jovens. Maria do Céu Antunes sublinhou que Alpiarça é um concelho que tem um sector agrícola bem preparado, que utiliza máquinas com GPS, telecomandadas, onde a utilização de fertilizantes é a adequada. “Tudo isto faz deste concelho e desta região um exemplo que deve ser seguido”, reforçou.
Maria do Céu Antunes afirmou que, em 2022, 153 agricultores do concelho de Alpiarça candidataram-se ao programa “Pedido Único” para terem apoio ao rendimento que os auxilia a passar por momentos difíceis como o actual, com a seca que o país e a região atravessam. “São 14 milhões de euros que os agricultores deste concelho vão receber em vicissitude dos momentos complicados que atravessamos. Este dinheiro é muito importante para garantirmos a vitalidade da agricultura, onde sabemos que a vinha e o vinho têm um papel preponderante neste concelho”, sublinhou.

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