Especiais | 11-06-2023 12:00

Sondagem dá avaliação negativa ao trabalho do Governo na agricultura

Sondagem dá avaliação negativa ao trabalho do Governo na agricultura
ESPECIAL FEIRA DA AGRICULTURA
Resultados do estudo encomendado pela CAP foram apresentados ao Presidente da República durante a inauguração da Feira Nacional de Agricultura

Estudo de opinião encomendado pela CAP conclui que dois terços dos portugueses avaliam como “mau ou muito mau” o trabalho do Governo no que diz respeito à agricultura. Mas, dos 991 inquiridos, quase metade considera razoável o trabalho da ministra da Agricultura.

Quase 70% dos portugueses defendem que o desempenho do Governo no que diz respeito à agricultura é “mau” ou “muito mau” e 41% referem que o trabalho da ministra é “razoável”. Os resultados de um estudo encomendado pela CAP foram apresentados ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na manhã de sábado, 3 de Junho, durante a inauguração da Feira Nacional de Agricultura (FNA), que se realiza em Santarém até 11 de Junho.
A sondagem “A opinião dos portugueses sobre a agricultura nacional”, desenvolvida pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa, a pedido da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), concluiu que 67% dos portugueses avaliam como “mau ou muito mau” o trabalho do Governo no que diz respeito à agricultura.
Por sua vez, 49% sabem quem é a ministra da Agricultura da Alimentação, Maria do Céu Antunes, apesar de só 5% se lembrarem do seu nome, e 41% classificam como “razoável” o trabalho que tem sido feito pela governante.
Mais de metade (58%) reconheceram a CAP como a organização mais representativa dos agricultores portugueses, 83% têm ouvido falar das reivindicações dos agricultores, sendo que 89% as consideram justas. Por sua vez, 53% não sabem que o Governo e os agricultores estabeleceram, recentemente, um acordo e 55% referiram que o executivo não respondeu às reivindicações do sector.
Para 62% dos inquiridos, os apoios do Governo à produção não permitem que os consumidores tenham acesso a produtos mais baratos, enquanto 34% respondem que sim e os restantes 4% não sabem ou não respondem. A maioria (77%) dos portugueses considera ser “muito importante” garantir a autossuficiência alimentar.
Em comunicado, a CAP destacou ainda que os portugueses “convergem na ideia de que os alimentos produzidos em Portugal são seguros, nutritivos e saudáveis, assim como frescos e sazonais”. Neste âmbito, sublinharam também que se trata de uma alimentação sustentável, que respeita a natureza e os animais, mas lamentaram a utilização excessiva de embalagens. A análise revelou também que para 40% dos inquiridos a margem de lucro na distribuição dos hiper e supermercados é o principal factor responsável pela subida de preços, seguindo-se o aumento do custo dos factores de produção (34%) e o Estado, através do IVA (22%).
Para a CAP as conclusões deste estudo mostram que os portugueses querem “uma agricultura com peso político reforçado e uma governação política mais forte, com mais investimento, com visão estratégica, que responda a temas fulcrais como a boa gestão da água e dos recursos hídricos”.

Um terço dos inquiridos é da Área Metropolitana de Lisboa
O inquérito foi realizado, via telefone, entre 10 e 19 de Abril. O universo é composto por cidadãos a partir dos 18 anos, com nacionalidade portuguesa e residentes em Portugal. No total, contabilizaram-se 991 inquéritos válidos. Entre os inquiridos, 28% são do Norte, 21% do Centro, 35% da Área Metropolitana de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. A margem de erro máximo desta amostra é de 3,1%, com um nível de confiança de 95%.

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