Saúde é o nosso maior activo
Hugo Celso Costa, da Farmácia Central do Cartaxo, descreve o papel das farmácias nas comunidades e a sua importância enquanto entidade que tem um papel fundamental na saúde que não se cinge apenas à dispensa de medicamentos, mas a serviços que contribuem para o sistema de saúde.
Costuma-se dizer que o ser humano faz tudo, mas que nada se faz sem saúde. A saúde e mais concretamente a manutenção do estado de saúde do ser humano e das populações, o aumento da esperança média de vida e o aumento do número de anos que vivemos com qualidade tem sido uma das maiores conquistas da humanidade.
Estas conquistas, contudo, representam uma responsabilidade acrescida aos nossos sistemas de saúde que têm que ser suficientemente resilientes e, ao mesmo tempo, reinventarem-se e reorganizarem-se para fazer face à procura crescente de cuidados de saúde que esta situação acarreta.
É para fazer face a este paradigma que considero que a intervenção da farmácia, numa lógica de integração, partilha e complementaridade de cuidados de saúde, nomeadamente através de serviços que acrescentem valor e diminuam a pressão quer a nível dos cuidados de saúde primários, quer a nível da redução das idas às urgências, são seguramente o caminho para uma maior sustentabilidade e eficácia do nosso sistema de saúde. É neste processo que apostamos todas as nossas fichas pois achamos que a competência técnico-científica das nossas equipas pode e deve contribui para reduzir custos e aumentar a eficiência, mas também para a melhoria do acesso e dos resultados em saúde dos cidadãos. Nunca é demais referir que as farmácias são uma rede de proximidade fundamental no acesso às tecnologias de saúde e serviços farmacêuticos, e, de forma global, a cuidados de saúde diferenciados.
São vários os exemplos de intervenções e serviços que as farmácias disponibilizam à população, desde campanhas de sensibilização e literacia em saúde como protecção solar, quantificação do risco de vir a desenvolver diabetes, risco cardiovascular, rastreio cancro colorretal, possível realização de testes de rastreio (HIV, hepatites, infecções urinárias, infecções respiratórias), serviço de Preparação Individualizada da Medicação, programas de acompanhamento de doentes crónicos, serviços de nutrição, serviços de podologia, entre outros.
Hoje em dia, a ideia da farmácia associada estritamente à dispensa do medicamento ao balcão é extremamente redutora. A nossa intervenção começa muito antes de o utente se deslocar à farmácia e não termina com a sua saída. É para isso que investimos constantemente no apetrechamento e capacitação das nossas equipas, mas também a nível tecnológico na procura de novos equipamentos e soluções, produtos e serviços para colocar à disposição da população. Sabemos que o cidadão tem cada vez mais acesso a informação e está cada vez mais consciente da sua saúde, o que torna a nossa missão mais desafiante…
No dia-a-dia trabalhamos para ajudar as pessoas na gestão da sua saúde e bem-estar, capacitando-as e empoderando-as para conseguirem tomar as melhores decisões de forma informada. Continuando a olhar para o futuro, é necessário pensar e agir de forma rápida na integração das farmácias nos Planos Locais de Saúde.
A capilaridade das farmácias e o seu conhecimento das pessoas e dos seus problemas são um activo único que não deve ser desbaratado e que pode contribuir grandemente para os ganhos em saúde e para a efectivação de respostas a nível local de acordo com as especificidades e necessidades de cada comunidade.
É esta a nossa forma de estar. É esta a nossa forma de pensar a farmácia.