Especiais | 16-11-2023 20:00

Mau uso dos meios de informação tem condenado pessoas na praça pública com notícias falsas

Mau uso dos meios de informação tem condenado pessoas na praça pública com notícias falsas
36 ANOS DE O MIRANTE
Firmino Falcão, 74 anos, Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento

Os 50 anos do 25 de Abril têm a sua expressão e realização máxima na Constituição da República Portuguesa aprovada em 1976 pela democraticamente eleita Assembleia Constituinte.

O MIRANTE sai semanalmente em papel, desde Novembro de 1987 e edita notícias online a qualquer hora, desde Novembro de 2002, mas para o fazer tem que estar registado e os seus responsáveis identificados. E tem que cumprir leis, nomeadamente a lei de imprensa. Deve continuar assim ou os jornais devem ter maior liberdade?

O artº 38º da CRP (Constituição da República Portuguesa) refere-se à liberdade de imprensa e meios de Comunicação Social. Consigna a liberdade de expressão e criação dos jornalistas e colaboradores, o direito dos jornalistas quanto ao acesso às fontes de informação e à protecção da independência e do sigilo profissional … A lei de Imprensa tem limites constitucionais sem prejuízo no entanto, de um actualismo legal nesta área.

Há cada vez mais pessoas que optam por ser informadas através do que lhes chega pelas redes sociais. É o seu caso?

Este veículo de informação é positivo e útil na medida em que permite compartilhar informação entre os vários interessados seja a nível pessoal, profissional, entre empresas …

A informação devia ser toda gratuita e de acesso livre?

Os meios, suportes e tecnologias de informação têm necessariamente os seus custos sendo área de grande concorrência entre operadores. Penso, no caso, não haver gratuidade sem retorno!

Os hábitos de leitura mudaram e há muitos jornais em dificuldades, alguns dos quais de âmbito nacional e outros que já deixaram de se editar, nomeadamente regionais? É algo que o preocupe?

A leitura é fundamental quer com fins informativos quer formativos (indispensável). Importante será a qualidade do produto que permita escolhas ao “consumidor”.

Consegue explicar, com um ou dois exemplos, como acha que seria a sua vida, a nível pessoal e profissional, num país não democrático?

Em país não democrático a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação social é uma das liberdades com mais limites e restrições. Tivemos a experiência da censura pré-25 de Abril e seus mentores e as dificuldades que era possível ultrapassar então na imprensa pública independentemente da informação que corria por via secreta e clandestina de que apenas uma minoria se podia socorrer.

Portugal vai celebrar os 50 anos do 25 de Abril? Com base na sua experiência qual a importância da chamada Revolução dos Cravos para o país?

Os 50 anos do 25 de Abril têm a sua expressão e realização máxima na Constituição da República Portuguesa aprovada em 1976 pela democraticamente eleita Assembleia Constituinte.

A Inteligência Artificial está presente, cada vez mais, na nossa vida, sente isso? Está confortável com o que se está a passar?

A IA é tecnologia: é software e hardware. Óbvio que é preocupante pelo mau uso que do mesmo pode resultar. Estamos na era e na hora dos drones assassinos! Mas também nos podemos sentir confortáveis com o serviço da robótica.

As alterações climáticas são uma realidade ou há muito exagero no que é apresentado? Vale a pena alterarmos alguns comportamentos?

Compostagem, separação de resíduos, reciclagem … Sou fã da compostagem doméstica!. No que se refere às alterações climáticas é de recordar uma frase da Enciclica “ Laudato si”, do Papa Francisco, onde diz “A Humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum”.

Na Constituição da República estão inscritos os direitos e os deveres dos cidadãos. É capaz de indicar dois ou três dos nossos deveres constitucionais?

Deveres: exercer o direito de votar, proteger a natureza, cumprir as leis…

Qual foi o ultimo texto que leu em O MIRANTE de que gostou ?

Na edição de O MIRANTE de 02/11/23 com o título “Conservante vendido na Internet está a causar uma vaga de mortes silenciosas”. Tem interesse na medida em que a internet, como veículo de informação, pode ter um mau uso, aliás, o que é aplicável a todos os meios de informação de que temos falado como, por exemplo, ver pessoas julgadas na praça pública com notícias falsas e acusações da mesma natureza transmitidas em jornais e, por vezes, em “headlines” (títulos principais) espectaculares!

Se tivesse que classificar a classe política que vai festejar os 50 anos do 25 de Abril na Assembleia da República que pontuação lhe dava de 1 a 10?

À Democracia dou dez pontos.

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