Há muitas coisas que poderiam ser melhoradas
Nuno Patrício da GP Agro sente que Santarém está a morrer lentamente tanto a nível cultural como a nível de empatia com as pessoas e com os jovens.
Santarém ainda não é uma cidade de referência a nível nacional e, em certos sectores, nem sequer é ainda referência regional, mas tem condições para o ser. A opinião é de Nuno Patrício, “Parts manager” da GP Agro, empresa de peças para máquinas agrícolas e industriais, com sede em Perofilho. “É capital de Distrito mas, não desfazendo dos excelentes restaurantes, bem como de outros negócios de sucesso, está muito aquém daquilo que poderia ser, comparando com algumas cidades limítrofes, nomeadamente na área dos serviços, lazer, cultura, entretenimento, tempos livres, acessos pedonais e terrestres e uma infinidade de outras coisas que poderiam ser amplamente melhoradas”, resume.
Vai aproveitar o feriado municipal, 19 de Março, para almoçar com a família num restaurante da zona e visitar o espaço da Festa de S. José, que foi anunciada como “a grande festa da juventude”, designação que encara com reservas. “Sinto que a minha cidade está a morrer lentamente tanto a nível cultural como a nível de empatia com as pessoas. Não antevejo grande futuro à vida da cidade, como tem sido até agora, ao tentar conciliar os jovens e a cidade. Tenho 3 filhos que tinham um ponto de encontro, que fechou ao público, o motivo não conheço. E não apareceram alternativas. Acho que os jovens, e não só, sentem alguma insegurança quando passeiam durante a noite”.
Reconhece a importância das escolas de ensino superior do Politécnico de Santarém e do ISLA Santarém, embora a sua empresa não beneficie directamente com os jovens ali formados. Também nunca recorreu a mão de obra imigrante, que considera importante para alguns sectores, nomeadamente o agrícola, mas defende uma atenção maior a esse assunto. “Há falta de mão de obra para os campos agrícolas e, se não fossem eles a fazer esses trabalhos, isto ficaria muito complicado em termos de produtividade, mas isso devia ser mais controlado e mais seleccionado. Basta vermos o excesso de imigração descontrolada no Martim Moniz em Lisboa, e não conheço a realidade completa”. Nuno Patrício não ficou desiludido com o facto da comissão nomeada para a escolha do local para a construção do novo aeroporto, não ter indicado Santarém porque, em sua opinião nada ainda foi decidido, nem haverá decisão nos próximos anos e não há necessidade de sofrer por antecipação.