Especiais | 02-05-2024 10:00

Toiros, cabrestos e cavalos na rua são maior espectáculo da Ascensão

Toiros, cabrestos e cavalos na rua são maior espectáculo da Ascensão
ESPECIAL ASCENSÃO
António José Oliveira (Madrugada), ao centro, foi um dos campinos que participou durante décadas na entrada de toiros em Quinta-Feira de Ascensão

Quando a população da Chamusca faz do convívio e dos reencontros a sua casa e abre a porta da sua fraternidade e orgulho a vizinhos e a amigos feitos noutras latitudes.

A festa da Ascensão na Chamusca, que este ano decorre de 4 a 12 de Maio, é uma festa verdadeiramente popular. Nasceu da vontade das pessoas e só com elas e com a sua entrega, se concretiza. Este ano, segundo a previsão do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), vai decorrer com pouca ou nenhuma chuva, mas nunca houve ano em que ela deixasse de se realizar por causa da meteorologia.
Na Quinta-feira de Ascensão, 9 de Maio, não chove e a temperatura máxima prevista é de 31 graus, mas aqui, pode desde já dizer-se que o IPMA falha, nomeadamente ao fim da manhã, quando os toiros atravessarem a vila, escoltados por campinos, por entre uma multidão de entusiastas e curiosos, instalados nos passeios, varandas, janelas e em cima de reboques de tractores ou de outros veículos.
Nos breves minutos que dura a cavalgada, entre a entrada sul e a praça de toiros. Mesmo o coração dos mais calmos vai bater num galope incontrolável e o calor do entusiasmo vai desafiar as máximas dos dias mais quentes de Agosto.
O programa tem múltiplos subprogramas para que a festa chegue a todos e está disponível online. Toiros, fados, folclore, tasquinhas, artesanato e a vertente religiosa porque, na Quinta-Feira da Ascensão celebra-se o momento relatado no Novo Testamento em que Jesus Ressuscitado foi elevado ao céu, na presença de onze dos seus apóstolos.
Para além da Chamusca, Quinta-feira de Ascensão é também feriado noutros municípios do Ribatejo, nomeadamente em Alcanena, Alenquer, Almeirim, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Salvaterra de Magos, Sobral de Monte Agraço, Torres Novas e Vila Franca de Xira. E em todos eles há muitas pessoas que mantêm a tradição, vinda da ancestral ligação à natureza, de ir ao campo colher espigas, flores campestres e ramos de oliveira para fazer ramos que se guardam em casa de um ano para o outro para dar sorte, saúde e felicidade aos moradores.
Há naturais da Chamusca que residem noutras zonas do país, onde não é feriado, como em Lisboa, por exemplo, que tiram férias nesta altura para não faltar à festa, que assim se transforma num momento de reencontros e convívio entre amigos e familiares. E muitos dos que estão longe trazem consigo amigos de outras latitudes para lhes explicarem melhor e sem palavras, quem são e de onde são e porque batem assim os seus corações.
A nível musical, vão passar pelo palco principal, montado junto ao edifício da câmara municipal, artistas como Mickael Carreira, Soraia Ramos, Orquestra Típica Scalabitana, Rita Rocha, Carlão, Romana, GNR e Bárbara Tinoco. Mas há outros palcos e outras músicas. No Palco da Juventude todas as noites actuam DJ e outros animadores.
No último dia, domingo, 12 de Maio, os fadistas Manuel João Ferreira, João Chora, Rui Tanoeiro e Marisa Ferreira sobem ao palco, acompanhados pela guitarra portuguesa, viola de fado, bateria e teclados, para um espectáculo onde revisitam os mais emblemáticos temas Chamusquenses.

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