Especiais | 15-06-2024 14:00

O cidadão tranquilo que vai para casa pensar nos problemas que não se resolvem à primeira

O cidadão tranquilo que vai para casa pensar nos problemas que não se resolvem à primeira
GUIA AUTARCAS E AUTARQUIAS
Luís Albuquerque, na foto com a esposa Elisabete Albuquerque, tem feito muita obra no concelho de Ourém, assumindo-se como um presidente que olha para todo o concelho de igual forma

Presidente da Câmara Municipal de Ourém – Luís Albuquerque (PSD)

Esteve dois anos em Moçambique de 1970 a 1972, com os pais, professores, e ao longo da vida tem sentido o chamamento de voltar ao país. É casado com uma angolana que veio para Portugal após o 25 de Abril de 1974. Luís Albuquerque, técnico oficial de contas de profissão, fez o ensino secundário sem rebeldias porque era um miúdo calmo que se tornou num adulto ponderado. Católico, andou na catequese e fez a profissão de fé, mas o que sempre gostou foi de desporto, tendo sido um guarda-redes conhecido no futebol da região; actualmente joga padel sempre que pode.
Entrou no futebol aos 15 anos no Atlético Ouriense e depois foi para o Centro Desportivo de Fátima, que começou como Centro Paroquial de Fátima, onde jogou até aos 34 anos, com um interregno para fazer duas épocas em Alcanena. Quando chegava aos jogos já estava habituado a ouvir “olha lá vêm os padres”. O que é que o futebol ajudou na vida de Luís Albuquerque, um desportista sereno, que não reclamava nem entrava em discussões? A jogar umas vezes na segunda, outras na terceira divisão; ganhou amigos, conhecimentos, ficou a conhecer bem o distrito e o país e sobretudo, confessa, ajudou-o a crescer como pessoa. Depois de arrumar as luvas continuou ligado ao futebol como dirigente do Fátima, tendo alcançado o feito de campeão na 2º divisão nacional.
Depois de fazer o 12º ano começou a trabalhar num gabinete de contabilidade e havia de passar a ter o seu próprio gabinete com um colega do mesmo escritório e de quem é sócio há três décadas. A sua área de ensino era humanísticas, mas habituou-se a gostar das contas. Interrompeu o percurso profissional para ir fazer a tropa em Mafra. Considera que no meio militar se aprende muito, como ser mais responsável, mais autónomo e acha que três ou quatro meses de tropa não faziam mal a nenhum jovem. É um bom garfo, mas há pratos que não come nem que lhe paguem, como iscas. Também não gosta de queijo. É um zero a cozinhar porque nunca foi habituado e nem um ovo estrelado consegue fazer.
Os pais eram professores primários, área que nunca o motivou. O seu pai foi delegado escolar do concelho de Almeirim, mas ficou conhecido por ter sido presidente da câmara numa altura em que o filho Luís nem imaginava estar um dia também na política, além de ter sido deputado e governador civil do distrito. Luís Albuquerque nunca passou pela juventude social-democrata. O convite para entrar na vida autárquica surgiu em 2005 quando David Catarino entrou para presidente e o convidou para seu adjunto. O convite foi feito por telefone quando estava na Madeira como dirigente do Centro Desportivo de Fátima. Depois foi em segundo da lista do PSD encabeçada por Vítor Frazão, que perdeu as eleições para o PS de Paulo Fonseca.
Não gosta de perder nem a feijões, mas voltou a sentir o amargo da derrota quando, em 2013, como candidato a presidente perdeu as eleições por 120 votos num contexto difícil, com Vítor Frazão como adversário liderando uma lista independente. No mandato seguinte recupera a autarquia para o PSD e, em 2021 alcança um resultado histórico para o partido conquistando seis dos sete lugares no executivo. Luís Albuquerque, nascido na véspera de Natal de 1966, viveu sempre em Ourém mas nasceu em Abrantes porque os pais tinham ido passar o Natal a Mouriscas, localidade de onde a sua mãe é natural. No último dia do ano gosta de ir ao Santuário de Fátima, onde no primeiro dia do ano vai à missa.
Quando deixar as funções autárquicas gostaria que se lembrassem dele como uma pessoa que deu tudo para que o seu concelho fosse melhor. Quando está chateado, o que lhe acontece algumas vezes quando não se livra à primeira dos problemas, refugia-se em casa, como seria de esperar de alguém que sempre teve uma vida pacata e que não exterioriza muito as emoções, e procura desabafar sobretudo com a esposa. Outras vezes mete-se no carro e anda às voltas pelo concelho para reflectir. Mas, garante, dorme de consciência tranquila e quando se deita bastam uns cinco minutos para ficar a dormir. Reconhece que por vezes não há quem o ature, sobretudo quando já atingiu o limite da paciência.
Mantém a elegância e alguns hábitos saudáveis. Nunca fumou e hoje, apesar de já não praticar futebol, faz umas caminhadas e uma vez por semana joga padel com amigos, deporto que a mulher também pratica e que posou com ele para a foto. Recarrega baterias na praia e em cada ano tem de fazer duas pausas no trabalho para ver e ouvir o mar. Fechado consigo próprio, considera-se uma pessoa minimamente organizada e guarda alguns jornais com notícias que o marcaram. Inscreveu o filho como sócio do seu clube, o Benfica, e é a ver os jogos no estádio que passa mais tempo de interacção com o filho, que aos 14 anos está a seguir as pisadas do pai no desporto, sendo jogador do Ouriense. Pelo seu percurso e dedicação à causa pública, Luís Albuquerque é também o presidente da Tejo Ambiente, da qual a Câmara de Ourém é a segunda maior accionista.

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