Especiais | 15-06-2024 16:00

Um apreciador das coisas boas da vida

Um apreciador das coisas boas da vida
GUIA AUTARCAS E AUTARQUIAS
O presidente da Câmara de Rio Maior, Luís Filipe Santana Dias, serve-se dos passeios de mota para descontrair e aliviar a tensão das lides autárquicas

Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior – Filipe Santana Dias (PSD/CDS)

Luís Filipe Santana Dias foi eleito pela primeira vez presidente da Câmara Municipal de Rio Maior em Setembro de 2021, mas já era líder do município há dois anos, substituindo a presidente Isaura Morais, que foi ocupar o cargo de deputada à Assembleia da República. No entanto, o seu percurso na actividade política começou como vogal na Junta de Freguesia de Rio Maior, no mandato 2005-2009, onde também tinha como presidente Isaura Morais. Sucedeu-lhe no cargo e esteve dois mandatos como presidente da Junta de Rio Maior, até que foi convidado para ser número dois na lista da coligação PSD-CDS para a Câmara de Rio Maior, nas autárquicas de 2017.
É uma pessoa descontraída no estar e no vestir mas assertiva e frontal no combate político, não deixando nada por dizer na defesa das suas ideias e propostas. Sentiu-se como peixe na água na campanha eleitoral e em 2021 conquistou nova maioria absoluta para a coligação PSD/CDS que governa o município desde 2009. Não tinha militância partidária nem actividade política quando entrou na vida autárquica, aos 26 anos, mas entretanto filiou-se no Partido Social Democrata e é actualmente líder da concelhia de Rio Maior. Indica Francisco Sá Carneiro como uma figura inspiradora na política.
Filipe Santana Dias nasceu no dia 6 de Março de 1979 no Hospital das Caldas da Rainha, mas sempre viveu em Rio Maior, de onde é a sua família. Licenciou-se em Engenharia Zootécnica pela Universidade de Évora e trabalhou sempre ligado ao ramo das carnes. Começou o percurso laboral numa empresa familiar ainda como trabalhador-estudante. Quando acabou o curso foi trabalhar para as Carnes Valinho, em Alcanede. Depois foi director do matadouro da Beira Alta, na Guarda, e director da empresa Fumados Douro no MARL, até 2009, quando foi eleito presidente da Junta de Freguesia de Rio Maior. Vive em união de facto com a companheira e é pai de duas filhas.
Define-se como um homem honesto, bem-disposto e teimoso. Foi escuteiro durante muitos anos e chegou a chefe de agrupamento. Aí aprendeu muito sobre capacidade de liderança, de aceitação das diferenças e de ver sempre o melhor lado das coisas. Prefere de longe o lenço dos escuteiros ao fato e gravata, que só usa quando tem mesmo de ser. Gosta de pensar que tem vocação para liderar, embora considere que comandar pessoas é das tarefas mais complicadas que se pode ter na vida. Assume que gosta de abraçar responsabilidades, de tomar decisões, reconhecendo que nem sempre acerta mas, modéstia à parte, admite que até tem jeito para isso.
É uma pessoa que transparece aquilo que está a sentir mas não se irrita com facilidade. Até porque, refere, nas funções que ocupa quem se irrite com facilidade estará pouco tempo nelas - ou porque dá em louco ou porque as pessoas deixam de confiar nelas. Tenta ser equilibrado e raramente perde as estribeiras, mesmo quando recebe ameaças, lidando com elas com a boa disposição que o caracteriza. O que o tira efectivamente do sério é a injustiça, a mesquinhez e a desonestidade política. Crê em Deus e em algo mais do que a vida terrena que levamos, assumindo-se como católico semi-praticante.

A guitarra e a mota são escapes para o stress
Homem de bem com a vida, Filipe Santana Dias não tem pruridos em mascarar-se no Carnaval, gosta de andar de moto e aprecia um bom petisco. Adora cozinhar e atreve-se a fazer um pouco de tudo. Lá em casa elogiam-lhe os bifes com cogumelos e natas. Andar de mota é um bom escape para não pensar no trabalho e uma oportunidade para viajar de vez em quando com os amigos. A família não lhe cobra o pouco tempo que passa com ela - embora se sinta por vezes menos bem com isso -, tentando que o pouco tempo que tem para estar com a mulher e as filhas seja de qualidade. Por isso tem uma regra já antiga: não levar trabalho na cabeça para casa, porque as filhas não são presidentes de câmara nem têm culpa que o pai seja.
Filipe Santana Dias tem muitos hobbies aos quais gostava de dedicar mais tempo. Para além da paixão pelas duas rodas e de estar com a família, gosta das actividades agrícolas no quintal da sua casa em Vale de Óbidos, de bricolage e de tocar guitarra. Diz em tom de brincadeira que toca e ouve um pouco de tudo mas que deixou de ouvir novas músicas nos anos 2000. Pink Floyd é uma das referências musicais do autarca que afirma não ser frequente enganar-se - embora tenha dúvidas muitas vezes, que tenta esclarecer o melhor possível para, no final, tomar uma decisão ponderada.
Boa parte da vida de autarca é passada em reuniões. Reconhece que algumas são aborrecidos, mas na esmagadora maioria aprende-se sempre alguma coisa e há ainda a parte do convívio, nomeadamente com outros autarcas, que considera importante também pela troca de experiências. A sua primeira candidatura a um cargo foi na escola, à associação de estudantes. E perdeu. Na escola teve duas fases: foi do género ‘marrão’ até ao 12º ano; na universidade foi um bocadinho mais ‘baldas’ e não faltava às festas académicas. Também tentava não falhar às aulas mas nem sempre conseguia.
Frontal e assertivo, tem uma boa relação com a oposição mas não deixa nada por dizer. Fala do 25 de Abril como o momento que permitiu ao povo ser povo, ter opinião e uma vida sem medo de represálias. Foi um momento político que fez todo o sentido e que acabou em bem, com o equilíbrio que lhe foi dado pelo 25 de Novembro. Sublinha que a liberdade é um processo em construção constante e que, se nos distraímos, depressa desaparece quase sem darmos por isso.

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