Cada habitante de Alenquer como um embaixador da sua terra
O território é dinâmico e orgânico, e vive da rede, da comunidade e do resultado do trabalho de todos.
Os últimos anos ditaram uma tendência crescente para que o turismo fosse colocado na agenda política, e fosse, por isso, uma aposta.
Este olhar sobre o turismo enquanto ferramenta de atracção territorial veio revelar-se fundamental para a afirmação de cada lugar, viralizando-se e gerando uma correria pelos melhores parceiros de promoção, marketing e marca, no sentido de garantir atractividade. Não raras as vezes esta atractividade foi apenas gráfica, resultando num óptimo trabalho media por parte de uma equipa criativa, que conseguiu materializar o briefing para um stand, flyers e um impressionante vídeo. Mas será este o segredo para o crescimento e a valorização do território no plano turístico?
A geração de um destino é bastante mais do que a sua recta final, e por vezes a tentação de começar o trabalho por aí, numa lógica imediatista é enorme. Fazê-lo trará problemas a médio prazo, necessariamente.
A criação de valor turístico no território deve ter em conta que cada um dos seus habitantes pode ser um embaixador da sua terra, cada recurso humano alocado a um equipamento público pode ser um importante técnico de turismo, capaz de indicar onde fica o museu, mas também qual a tasca que está aberta, e que serve aquele pitéu dos Deuses, acompanhado por um vinho único, adorado por todos.
O território é dinâmico e orgânico, e vive da rede, da comunidade e do resultado do trabalho de todos. Mesmo os territórios com maior potencial e com os mais impressionantes activos, necessitam de um trabalho prévio de organização, sistematização e de uma rede que o comunique e torne operacional.
O território vive das pessoas que o compõem, e também nessa matéria, Portugal é ainda um grande diamante por lapidar.