Especiais | 14-11-2024 17:00

A beleza da memória permite que cada um pinte o seu quadro com as cores da sua experiência

A beleza da memória permite que cada um pinte o seu quadro com as cores da sua experiência
ESPECIAL 37º ANIVERSÁRIO
Luís Miguel Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Ourém

Certas tradições mais antigas, principalmente as que já não representam a actualidade, vão-se naturalmente perdendo. O importante é mantermos vivas aquelas que continuam a fazer parte de quem somos.

Que acontecimentos considera memoráveis na vida da região e porquê?
Destaco a vinda de sua Santidade, o Papa Francisco. Foi um momento memorável que reforçou a importância de Fátima como símbolo da paz e que aproximou ainda mais a nossa região do mundo.
Se pudesse propor a construção de um memorial público, seria dedicado a quê ou a quem?
Proporia um memorial da paz em Fátima. Fátima já simboliza esperança e reconciliação para milhões de pessoas. Um memorial assim seria um espaço para nos recordarmos da importância de viver em harmonia, uma verdadeira homenagem aos valores que definem a nossa região.
Diz-se que há quem tenha memória de elefante e quem tenha memória de galinha. Onde se coloca em termos de memória?
Coloco-me ao lado do elefante, não só por ter, efectivamente, uma boa memória, mas também por acreditar que a memória é uma ferramenta fundamental para reflectir, aprender e evoluir. Ter uma boa memória permite-me honrar o passado e entender melhor as decisões que moldam o futuro.
Diz-se muitas vezes que as pessoas em cargos políticos têm má memória. Considera que já tinham má memória antes ou é um problema provocado pelos cargos para os quais são nomeadas ou eleitas?
Não me incluo nesse grupo! Acredito que a memória é uma habilidade que precisamos de treinar, especialmente em cargos públicos. Manter uma boa memória é necessário para dar continuidade a projectos, honrar compromissos e responder às expectativas da comunidade.
Existindo boas e más memórias, guarda mais das primeiras ou das segundas?
Guardo mais das boas, sem dúvida. As más memórias são lições importantes, mas não as deixo pesar mais do que o necessário. Creio que as boas memórias são como alicerces sólidos que nos permitem construir com esperança e positividade.
Qual a melhor memória que guarda?
O nascimento do meu filho é, sem dúvida, a melhor memória que guardo. Nasci também como pai. Foi um momento de descoberta de um propósito e uma força únicos que nos liga e nos inspira a cada passo.
E a pior?
Felizmente, nenhuma má memória ficou com um peso permanente. Prefiro lembrar-me dos momentos que me fizeram crescer, mesmo os mais difíceis, pois vejo-os como oportunidades de renovação.
Já lhe aconteceu estar com um amigo ou familiar que viveu um acontecimento consigo e que não recorda nada do que se passou, ou recorda-se dele de forma muito diferente?
Sim, como todos, creio! A beleza da memória é, afinal, esta diversidade, onde cada um pinta o seu quadro com as cores da sua experiência.
Há quem seja defensor das tradições e há quem ache que as tradições são entraves ao desenvolvimento. O que pensa das tradições?
As tradições são uma ligação entre gerações e uma forma de respeitarmos quem veio antes de nós e quem virá depois. Em vez de entraves, considero-as como centelhas vivas dos nossos valores e identidade. Adaptam-se aos tempos, mas nunca perdem o seu valor.
Há alguma tradição que tenha deixado de seguir? E há alguma que já não faz sentido?
Certas tradições mais antigas, principalmente as que já não representam a actualidade, vão-se naturalmente perdendo. O importante é mantermos vivas aquelas que continuam a fazer parte de quem somos.
Qual a tradição que nunca deixará de respeitar?
Entre as que nunca deixarei de respeitar estão as festividades locais, como a Feira de Santa Iria e o 1.º de Maio dos Bombeiros, que fazem parte da nossa identidade, e, claro, o Natal, pela sua mensagem de união familiar.
O que faz no seu dia-a-dia apenas por uma questão de tradição?
Sou mais focado nas tradições colectivas do que nas individuais, e gosto de celebrá--las com os que me rodeiam. Superstições e gestos sem significado são, para mim, hábitos que prefiro deixar de lado.
O que acha desta tradição de O MIRANTE assinalar cada aniversário pedindo aos seus leitores e anunciantes que partilhem as suas opiniões sobre um determinado tema?
É uma iniciativa que permite aos leitores conhecerem melhor as figuras públicas da região. Este diálogo aproxima-nos, reforça a nossa ligação à comunidade e mostra que, em essência, somos todos iguais.
E que tema sugeria para o próximo?
Sustentabilidade e Ambiente. É sempre enriquecedora a reflexão sobre as nossas responsabilidades locais e as acções que podem transformar o futuro.
Quer acrescentar algo?
Apenas agradecer a O MIRANTE por mais um ano de compromisso com a nossa região. Parabéns por continuarem a fortalecer esta ligação à comunidade! .

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