Tenho tendência para esquecer o que não acrescenta e aí a minha memória passa a ser muito curta
Não há nada que faça no dia-a-dia que seja apenas por uma questão de tradição. Tenho um hábito, entre outros, de todos os dias rezar o Pai Nosso, mas mais do que uma tradição é uma rotina que me faz sentir bem.
Se pudesse propor a construção de um memorial público seria dedicado a quê ou a quem?
Memorial público com o nome de todos os militares, que sob a liderança do nosso Capitão Maior de Abril, Salgueiro Maia, partiram de Santarém rumo a Lisboa, com bravura, coragem e determinação para devolver-nos a Liberdade que nos trouxe desenvolvimento e qualidade de vida.
Diz-se muitas vezes que as pessoas em cargos políticos têm má memória. Considera que já tinham má memória antes ou é um problema provocado pelos cargos para os quais são nomeadas ou eleitas?
Falo por mim. Tenho boa memória. E faço tudo o que está ao meu alcance para honrar os compromissos que estabeleço com as pessoas.
É uma memória de elefante?
Memória de elefante para as coisas boas e marcantes. Tendo a esquecer o que não acrescenta e aí a minha memória passa a ser muito curta.
Existindo boas e más memórias, guarda mais das primeiras ou das segundas?
Gosto sobretudo de guardar as boas memórias. Temos sempre momentos menos bons nas nossas vidas e é inevitável ter memória desses momentos, mas importa também referir que mesmo estas memórias são positivas para o nosso crescimento colectivo.
Qual a melhor memória que guarda?
Os nascimentos dos meus três filhos. Não há momento mais bonito e gratificante nas nossas vidas!
E a pior?
A partida da minha querida avó Chica.
Já lhe aconteceu estar com um amigo ou familiar que viveu um acontecimento consigo e que não recorda nada do que se passou, ou recorda-se dele de forma muito diferente?
É caso para dizer: “se aconteceu não me recordo…”.
Que acontecimentos considera memoráveis na vida da região?
A nível contemporâneo Santarém é palco de grandes acontecimentos de âmbito nacional que enaltecem as nossas raízes, as nossas tradições, mas também nos convocam para desafios do futuro. A Feira Nacional de Agricultura, o Festival Nacional de Gastronomia, as Festas de São José e a celebração da Festa Brava são momentos únicos que mobilizam milhares de pessoas ao nosso território. Se formos à nossa história mais profunda sabemos que Santarém foi palco de vários momentos históricos, contudo, no ano em que celebramos 50 anos do 25 de Abril destaco a nossa relevância para esse acontecimento que derrubou a ditadura e nos devolveu uma das palavras mais importantes da nossa vida colectiva: liberdade!
Há quem seja defensor das tradições e há quem ache que são entraves ao desenvolvimento? O que pensa das tradições?
Um povo e ou um território que não valorize as suas tradições não tem futuro. As nossas tradições são a nossa identidade. Devemos, nas acções, cruzar a tradição e a modernidade. Evocar o passado com olhos postos no futuro, é o que temos feito em Santarém.
Há alguma tradição que tenha deixado de seguir? E há alguma que já não faça sentido.
Não deixei de cumprir com nenhuma das tradições que a minha família gosta de enaltecer e realizar.
Qual a tradição que nunca deixará de respeitar?
A noite da consoada em família. Todos juntos em harmonia.
O que faz no seu dia-a-dia, apenas por uma questão de tradição?
Não há nada que faça no dia a dia que seja apenas por uma questão de tradição. Tenho um hábito diário, entre outros, de todos os dias rezar o Pai Nosso, mas mais do que uma tradição é uma rotina que me faz sentir bem.
O que acha desta tradição de O MIRANTE assinalar cada aniversário pedindo aos seus leitores e anunciantes que partilhem as suas opiniões sobre um determinado tema?
É uma tradição positiva. Faz parte das nossas boas memórias!
E que tema sugeria para o próximo?
Liberdade.
Quer acrescentar algo?
Devemos ter memória da história que honra a nossa memória colectiva. É um princípio que nos deve guiar no presente com os olhos sempre direccionados para o futuro.