As nossas acções diárias são fruto da nossa experiência de vida
Considero memorável o percurso da CUF em Santarém, marcado pela dedicação, entrega e empenho de uma equipa determinada em garantir a oferta de cuidados de saúde diferenciados e de qualidade.
O que pensa das tradições?
O passado não pode ser ignorado, concordemos ou não com ele e tem que ser enquadrado no devido contexto histórico. Vivemos no presente com os ensinamentos que a história nos transmite. As tradições nunca poderão ser um entrave ao desenvolvimento, podendo e devendo até inspirá-lo, devendo ser transportadas para o presente e para o futuro.
Como funcionam na área da saúde?
Na área da saúde encaro as tradições como a partilha do conhecimento de geração em geração e, onde existe partilha, existe desenvolvimento. Quando a partilha de uma tradição é feita num diálogo aberto e curioso entre diferentes saberes e práticas, dá-se espaço para a descoberta de novas abordagens. Compreender as tradições pode inspirar o futuro. Como curiosidade refiro que a ‘newsletter’ periódica do Grupo José de Mello, do qual a CUF faz parte, se dá pelo nome de Tradição do Futuro.
Há alguma tradição que tenha deixado de seguir? E há alguma que já não faça sentido?
Todas as tradições que sigo ou segui fazem ou fizeram sentido no contexto da minha vida pessoal ou profissional.
Qual a tradição que nunca deixará de respeitar?
Todas aquelas que respeitam aos princípios e valores que norteiam a minha vida.
O que faz no seu dia-a-dia, apenas por uma questão de tradição?
Nada faço nada apenas como uma questão de tradição como se esta fosse um fardo e não fizesse sentido. Tenho hábitos de muitos anos que vou adaptando aos contextos que vou vivendo.
O que acha desta tradição de O MIRANTE assinalar cada aniversário pedindo aos seus leitores e anunciantes que partilhem as suas opiniões sobre um determinado tema?
Esta é daquelas tradições de que tenho boa memória e que faz sentido preservar.
E que tema sugeria para o próximo?
Lembro-me de: “factores competitivos estratégicos da região da Lezíria Ribatejana” ou “Visão do Ribatejo em 2050”.
Diz-se que há quem tenha memória de elefante e quem tenha memória de galinha. Onde se coloca em termos de memória?
As memórias são tanto mais preservadas quanto mais estiverem associadas a emoções. A minha vida pessoal e profissional tem sido intensa de emoções associadas a bons momentos e alguns menos bons. Tenho uma memória selectiva associada aos momentos vividos.
Existindo boas e más memórias, guarda mais das primeiras ou das segundas?
Guardo claramente mais as memórias associadas às coisas boas. Dos momentos menos positivos de que tenho memória, tenho tentado retirar as coisas boas que lhes estão associadas: os ensinamentos que resultam na experiência de vida. As nossas acções diárias são fruto da nossa experiência de vida. Somos o que vivemos. Transportamos para o futuro as nossas memórias de vivências passadas formando o nosso carácter enquanto pessoa.
Qual a melhor memória que guarda?
No plano pessoal, o meu casamento e o nascimento dos meus filhos. No plano profissional as minhas diferentes responsabilidades enquanto profissional da CUF com numerosas apostas e desafios superados. Uma das excelentes memórias associadas à região é a chegada da CUF a Santarém há quase dez anos.
E a pior?
O luto familiar, apesar de mesmo neste caso agradecer o enorme privilégio que foi usufruir da sua vida.
Que acontecimentos considera memoráveis na vida da região e porquê?
Tenho um contacto mais próximo com a região desde 2011 quando iniciei a minha participação na gestão no Hospital Vila Franca de Xira e com um contacto muito próximo com os concelhos que servia. Em 2019, assumi novas funções na CUF que incorporam responsabilidade sobre a gestão do Hospital CUF Santarém. Considero como memorável esta participação da CUF na gestão de unidades de saúde na região não só pela prestação de cuidados de saúde mas também como agente social activo, preocupado com o desenvolvimento das regiões onde está presente. É memorável cada aposta feita na área da saúde porque os cuidados de saúde são acontecimentos que marcam a vida da região. Impactam directamente a longevidade, o bem-estar e o seu desenvolvimento.
Se pudesse propor a construção de um memorial público seria dedicado a quê ou a quem?
O memorial público teria que ser ao Ribatejo, às suas gentes e tradições.
Diz-se muitas vezes que as pessoas em cargos políticos têm má memória. Considera que já tinham má memória antes ou é um problema provocado pelos cargos para os quais são nomeadas ou eleitas?
A memória pode ser treinada e estimulada. Se alguém perde memória no exercício das suas funções é um sinal que a sua vivência não está suficientemente associada a emoções.