Especiais | 16-11-2024 14:00

Lembro-me de ter sido arrastada por uma onda quando tinha 3 ou 4 anos e até me lembro do que tinha vestido

Lembro-me de ter sido arrastada por uma onda quando tinha 3 ou 4 anos e até me lembro do que tinha vestido
ESPECIAL 37º ANIVERSÁRIO
Sónia Ferreira, Administradora da Rodoviária do Tejo, SA

Existem algumas tradições religiosas que deixei de seguir, não que as desconsidere, mas porque as exigências de absorção diária de tempo e energia se sobrepõem, ou talvez, sendo sincera, porque algumas já não fazem tanto sentido para mim.

Diz-se que há quem tenha memória de elefante e quem tenha memória de galinha. Onde se coloca em termos de memória?
Em termos de memória sempre fui mais elefante …se bem que, com a idade já começa a ser um elefante mais pequeno!
Existindo boas e más memórias, guarda mais das primeiras ou das segundas? E gostava que fosse diferente? Porquê?
Guardo todas, só que as boas guardo em caixinhas que abro com frequência e as más, guardo num baú bem fechado e sujeito a forte desgaste, de tal forma que ao fim de algum tempo já deixam de ser más, passam só a memórias. Ser diferente, não, não dou muita importância ao assunto, mas valorizo, pois, as memórias são a nossa história de vida.
Qual a melhor memória que guarda?
Felizmente tenho muitas memórias boas, é difícil classificar uma como sendo a melhor, mas recordo com muito carinho os tempos de infância em que brincava com os meus primos, ou a vivência das Festas da Gançaria quando era jovem.
E a pior?
Não sei se é a pior, mas é uma das mais antigas: quando tinha 3 ou 4 anos, na praia da Nazaré, lembro-me de ter sido arrastada por uma onda, até me lembro do vestido que tinha na altura!
Já lhe aconteceu estar com um amigo ou familiar que viveu um acontecimento consigo e que não recorda nada do que se passou, ou recorda-se dele de forma muito diferente?
Sim, já me aconteceu, vários episódios em que familiares ou amigos se lembram de factos que vivemos em conjunto e eu não me recordo. Não é uma sensação simpática, mas enfim, o nosso cérebro acumula tanta informação que será natural ter de eliminar alguns “bytes” para poder continuar a absorver tudo o que se passa à nossa volta!
Que acontecimentos considera memoráveis na vida da região e porquê?
A história da região e em especial da cidade de Santarém é muito rica em eventos, desde a tomada aos Mouros por D. Afonso Henriques em 1147, até ao papel desempenhado pelos militares do quartel de Santarém aquando do 25 de Abril de 1974. Se pensarmos em algo mais recente, não posso deixar de considerar que a vinda de um aeroporto para a região teria sido um facto memorável e altamente favorável ao desenvolvimento da região, ainda assim, não se concretizando, não deixa de ter ajudado a captar a atenção para a região.
Se pudesse propor a construção de um memorial público, seria dedicado a quê ou a quem?
Pelo papel que a agricultura teve, tem e ainda pode vir a ter na região, acho que seria justo a existência de um memorial ao Agricultor.
Diz-se muitas vezes, que as pessoas em cargos políticos têm má memória. Considera que já tinham má memória antes ou é um problema provocado pelos cargos para que são nomeadas ou eleitas?
Esta questão pode ser um eufemismo! Há políticos e políticos, não podemos generalizar, mas há muitos que claramente têm uma memória selectiva em função do momento ou da situação e sobretudo em função dos interesses que pretendem desenvolver. Mas, infelizmente, esta é uma verdade que não se aplica só aos políticos, na nossa sociedade esta é também uma realidade.
Há quem seja defensor das tradições e há quem ache que as tradições são entraves ao desenvolvimento? O que pensa das tradições?
Não podemos ser “Velhos do Restelo”, mas há que saber conciliar as duas vertentes. Na minha opinião não é difícil a coexistência de desenvolvimento e tradição, não tem de ser “ou”, pode ser “e”. Haja bom senso, capacidade de adaptação e respeito e a tradição pode ser a raiz que gera desenvolvimento.
Há alguma tradição que tenha deixado de seguir, porquê? E há alguma que já não faz sentido?
Existem algumas tradições religiosas que deixei de seguir, não que as desconsidere, mas porque as exigências de absorção diária de tempo e energia se sobrepõem, ou talvez, sendo sincera, porque algumas já não fazem tanto sentido para mim.
Qual a tradição que nunca deixará de respeitar?
Não querendo ser óbvia, acho que a reunião da família no Natal é para mim a que tem mais significado e que não gostaria de perder.
O que acha desta tradição de O MIRANTE assinalar cada aniversário pedindo aos seus leitores e anunciantes que partilham a as suas opiniões sobre um determinado tema?
Acho interessante e positivo, porque pode constituir uma forma de promover o debate de temas relevantes para a sociedade/região. É mais uma vez, a impressa local a efectuar o seu papel de promotor da comunicação, divulgação e partilha de ideias e conhecimento.
E que tema sugeria para o próximo?
A imigração na região, necessidade, impacto, importância e problemas.
Quer acrescentar algo?
Não posso terminar sem deixar uma palavra de apreço e de parabéns a O MIRANTE e a toda a sua Equipa, por mais um aniversário. Que mantenham a perseverança e resiliência. Já são uma TRADIÇÃO na região.

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