Especiais | 16-11-2024 16:00

Todas as tradições que violam os direitos humanos devem ser completamente abolidas

Todas as tradições que violam os direitos humanos devem ser completamente abolidas
ESPECIAL 37º ANIVERSÁRIO
António Camilo, presidente da Câmara Municipal da Golegã

As melhores memórias que guardo são todas aquelas relacionadas com a minha infância em Angola. Guardo com muito carinho, as memórias desses anos onde vivíamos em pura liberdade.

Se pudesse propor a construção de um memorial público seria dedicado a quê ou a quem?
Talvez aos avós. Não seria consensual, mas os avós criam memórias que o nosso coração guarda para sempre. São insubstituíveis. Únicos na nossa educação, na nossa identidade, e na construção dos adultos que seremos. Seria uma justa homenagem.
Que acontecimentos considera memoráveis na vida da região?
Sem sombra de dúvida que a semana de São Martinho na Golegã é memorável para todos. Para quem habita na vila e para quem nos visita. Os momentos que aqui se vivem são recordados para sempre.
Diz-se, muitas vezes, que as pessoas em cargos políticos têm má memória. Considera que já tinham má memória antes ou é um problema provocado pelos cargos para os quais são nomeadas ou eleitas?
Não podemos de todo cair no erro da generalização, e a má fama dos políticos não pode nem deve, estender-se a todos. Considero que associar o não cumprimento de promessas a falhas de lembrança não é, muita vezes, justo. Os entraves são diversos, e vai muito além da má memória.
Diz-se que há quem tenha memória de elefante e quem tenha memória de galinha. Onde se coloca em termos de memória?
Neste tema considero-me uma pessoa afortunada porque, de facto, tenho boa memória e lembro-me com exactidão de muitos acontecimentos.
Já lhe aconteceu estar com um amigo ou familiar que viveu um acontecimento consigo e que não recorda nada do que se passou, ou recorda-se dele de forma muito diferente?
Vivi uma experiência algo traumática com uma amiga, uma questão de saúde dela. Ambos nos lembramos do acontecimento, mas sei exactamente todos os pormenores, incluindo o dia em que aconteceu. Ela não faz ideia qual foi o dia.
Existindo boas e más memórias, guarda mais das primeiras ou das segundas?
Definitivamente tendo a ser selectivo e a esquecer as más memórias. Tento fomentar a sua substituição por uma recordação mais agradável, por forma a superar essa experiência negativa. Sou por natureza muito optimista.
Qual a melhor memória que guarda?
Todas aquelas relacionadas com a minha infância em Angola. Guardo com muito carinho as memórias desses anos onde vivíamos em pura liberdade. Tenho também excelentes memórias do meu percurso político, desde que assumi, em 2009, as funções de presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia da Golegã.
E a pior?
Possivelmente a vivência da morte, que é sempre traumática, nomeadamente a dos meus pais, irmãos e amigos chegados.
Há quem seja defensor das tradições e há quem ache que as tradições são entraves ao desenvolvimento? O que pensa das tradições?
As tradições são a referência base da nossa cultura, são o suporte da nossa identidade. Não podemos de maneira alguma esquecer o nosso passado, porque sem ele não somos nada. Devemos antes, olhar para a dicotomia tradição-inovação como catadupa do desenvolvimento, podendo inclusivamente ser vista como a capacidade de um povo se adaptar e reciclar.
Há alguma tradição que tenha deixado de seguir, porquê? E há alguma que já não faz sentido?
Todas as tradições que pelo mundo violam os direitos humanos devem ser completamente abolidas.
Qual a tradição que nunca deixará de respeitar?
Uma tradição que nunca deixarei de respeitar é a valorização da minha família. Independentemente das mudanças tecnológicas ou sociais, a importância de nos reunirmos, seja em dias festivos ou num simples almoço ou um serão familiar, é fundamental na minha vida.
O que faz no seu dia-a-dia, apenas por uma questão de tradição?
Não só por tradição, mas também por prazer: beber um café todos os dias de manhã, à mesma hora e praticamente sempre no mesmo sítio.
O que acha desta tradição de O MIRANTE assinalar cada aniversário pedindo aos seus leitores e anunciantes que partilham a as suas opiniões sobre um determinado tema?
Acho interessante podermos conhecer as mais variadas opiniões. Todas serão importantes, é esse o princípio que valida a democracia.
E que tema sugeria para o próximo?
Prioridades na política.
Quer acrescentar algo?
Apenas desejar ainda mais sucessos ao jornal O MIRANTE que é muito importante para a nossa região. Sempre acompanhei a sua evolução desde o seu nascimento. Lembro-me bem.

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