Propunha um memorial às mulheres pela sua capacidade criadora, transformadora e resiliente
Momentos memoráveis foram a chegada do comboio, no século XIX, essencial para a transformação da região; a construção da Ponte Marechal Carmona e do primeiro troço da A1 e, mais recentemente, a construção dos caminhos ribeirinhos, que continua, transformando completamente a nossa relação com o Tejo.
Diz-se que há quem tenha memória de elefante e quem tenha memória de galinha. Onde se coloca em termos de memória?
Definitivamente na dos humanos, com todas as suas virtudes e limitações.
Existindo boas e más memórias, guarda mais das primeiras ou das segundas?
Todas fazem parte da história. Convivo bem com todas.
Qual a melhor memória que guarda?
As gargalhadas dos filhos, em qualquer idade deles, constituem sempre memórias óptimas e retemperadoras!
E a pior?
Essa fica mesmo para mim.
Já lhe aconteceu estar com um amigo ou familiar que viveu um acontecimento consigo e que não recorda nada do que se passou, ou recorda-se dele de forma muito diferente?
Não me recordo…
Que acontecimentos considera memoráveis na vida da região e porquê?
A chegada do comboio, no século XIX, foi um momento essencial para a transformação da região. A construção da Ponte Marechal Carmona e o primeiro troço da A1 (as primeiras de toda a região de Lisboa) também foram outros marcos importantes. Mais recentemente, sem dúvida, a construção dos caminhos ribeirinhos que continua, transformando completamente a nossa relação com o Tejo.
Se pudesse propor a construção de um memorial público seria dedicado a quê ou a quem?
Às mulheres, pela sua capacidade criadora, transformadora e resiliente, seja em que época ou geografia da História e da actualidade.
Diz-se muitas vezes que as pessoas em cargos políticos têm má memória. Considera que já tinham má memória antes ou é um problema provocado pelos cargos para os quais são nomeadas ou eleitas?
É mais um mito, a que só o exercício colectivo da cidadania porá termo.
Há quem seja defensor das tradições e há quem ache que as tradições são entraves ao desenvolvimento? O que pensa das tradições?
Ajudam a criar sentimentos de comunidade, mas não são imunes a transformações, claro. Tal como a sociedade.
Há alguma tradição que tenha deixado de seguir? E há alguma que já não faça sentido?
As que deixam de fazer sentido acabam naturalmente.
Qual a tradição que nunca deixará de respeitar?
Não sei se pode ser classificado como tradição, mas na senda judaico-cristã que enforma a Europa o “respeito pelo outro” faz parte do nosso ADN comum.
O que faz no seu dia-a-dia, apenas por uma questão de tradição?
Nada.
O que acha desta tradição de O MIRANTE assinalar cada aniversário pedindo aos seus leitores e anunciantes que partilhem as suas opiniões sobre um determinado tema?
Significa que continua vivo e enérgico, o que nos dias que correm, na imprensa regional, é obra!
E que tema sugeria para o próximo?
O futuro.
Quer acrescentar algo?
Saúdo todas e todos os leitores d’O MIRANTE, bem como os seus profissionais que continuam a acreditar na função essencial do jornalismo para uma sociedade saudável e livre. Parabéns!.