O fecho da central a carvão do Pego é um dos acontecimentos mais marcantes deste século para a região
Tenho o desporto como uma prática constante. Sempre acreditei na sua importância para o bem-estar físico e mental e por isso recomendo a todos que incluam a prática desportiva no seu dia a dia.
Diz-se que há quem tenha memória de elefante e quem tenha memória de galinha. Onde se coloca em termos de memória?
Pela acumulação de responsabilidades e diversidade de temas que acompanho diariamente, acabei, ao longo dos anos, por desenvolver uma tendência para reter as informações mais relevantes. Para as questões que realmente impactam a nossa comunidade, diria que tenho uma “memória de elefante”. Já para temas menos relevantes, pela necessidade de foco nas prioridades, admito que posso ter uma memória mais leve. Diria por isso que tenho uma memória prática.
Existindo boas e más memórias, guarda mais das primeiras ou das segundas?
Sendo um optimista por natureza, tento guardar mais as boas memórias, mas reconheço que as memórias mais difíceis são normalmente aquelas que mais nos ensinam.
Qual a melhor memória que guarda?
Sem dúvida, o nascimento dos meus filhos. Foram momentos que marcaram e mudaram a minha vida.
E a pior?
O período da pandemia teve de facto um grande impacto e marcou a nossa vida colectiva. Foram momentos difíceis e de muito sofrimento para todos, especialmente para aqueles que perderam entes queridos. Mas foi também uma fase em que todos, enquanto comunidade, voltámos a aprender a importância da solidariedade e da união.
Que acontecimentos considera memoráveis na vida da região?
O fecho da central a carvão do Pego é um dos acontecimentos mais marcantes deste século para Abrantes e para a região. Um processo difícil, que trouxe consigo muitos desafios sociais, económicos e ambientais. O impacto nas famílias e nas empresas da região foi significativo, mas temos vindo a conseguir transformar essa dificuldade numa oportunidade. Neste momento estão a ser realizados grandes investimentos no âmbito da reconversão da central e também através do Fundo de Transição Justa, que nos deixam muito optimistas para uma nova era de desenvolvimento económico e social para a nossa região.
Diz-se muitas vezes, que as pessoas em cargos políticos têm má memória. Considera que já tinham má memória antes ou é um problema provocado pelos cargos para que são nomeadas ou eleitas?
Compreendo essa percepção pública. Enquanto presidente de câmara, sou desafiado a dominar temas tão diversos como a saúde, educação, economia, desporto, cultura, segurança, entre muitos outros. Torna-se humanamente impossível ter memória e um conhecimento profundo sobre todas as matérias. É precisamente por isso que contamos com um extraordinário executivo municipal, com competências específicas em cada uma destas áreas. Juntos, e com o apoio de todos os trabalhadores do município, trabalhamos diariamente para servir a nossa comunidade com grande responsabilidade e empenho.
O que pensa das tradições?
Grande parte das nossas tradições têm um valor profundo e são essenciais para a nossa identidade cultural. No entanto, há outras que, com o tempo, perdem o sentido ou relevância.
Há alguma tradição que tenha deixado de seguir?
Não faz sentido algum o papel ainda tradicionalmente atribuído à mulher por alguns sectores da sociedade, reduzindo-a a mera responsável pelos cuidados domésticos e pela educação dos filhos. Apesar dos avanços, a luta pela igualdade de género continua a ser um desafio, e por isso devemos continuar a trabalhar para uma sociedade mais justa e equilibrada.
Qual a tradição que nunca deixará de respeitar?
O Natal é para mim um momento único de união, de partilha e de reflexão sobre os valores mais profundos da vida colectiva, como a solidariedade, o amor e a paz.
O que faz no seu dia-a-dia, apenas por uma questão de tradição?
Não tanto por tradição, mas tenho o desporto como uma prática constante. Sempre acreditei na sua importância para o bem-estar físico e mental e por isso recomendo a todos que incluam a prática desportiva no seu dia a dia.
O que acha desta tradição de O MIRANTE assinalar cada aniversário pedindo aos seus leitores e anunciantes que partilham a as suas opiniões sobre um determinado tema?
Considero que é uma tradição muito positiva, pois oferece diferentes perspectivas sobre assuntos com significado para a nossa comunidade.
E que tema sugeria para o próximo?
Tenho a certeza que a equipa do O MIRANTE saberá escolher um tema adequado para o próximo aniversário. Não fugindo à questão, sugeria a digitalização e a transformação digital como meio de construção para o nosso futuro colectivo.
Quer acrescentar algo?
Gostaria de dar os parabéns ao O MIRANTE pelo seu 37.º aniversário, desejando que continue a ser uma referência para o jornalismo regional.