Especiais | 19-11-2024 14:00

Deixei de fazer uma lista detalhada de resoluções em cada Ano Novo porque só gerava pressão e frustração

Deixei de fazer uma lista detalhada de resoluções em cada Ano Novo porque só gerava pressão e frustração
ESPECIAL 37º ANIVERSÁRIO
Diogo Baptista, médico dentista, director clínico da Denticare, Santarém

Uma vez, conversando com uma amiga de infância, descobrimos que nos lembrávamos de um evento de forma totalmente diferente. Ela achava que a situação tinha sido engraçada, enquanto que para mim foi um pouco constrangedora. Percebi que a nossa percepção das memórias é influenciada pela forma como vivemos o momento.

Se pudesse propor a construção de um memorial público seria dedicado a quê ou a quem?
Construiria um memorial dedicado aos trabalhadores e agricultores da região. Eles representam a força e a resiliência da comunidade, trabalhando para construir uma vida melhor para todos. Esse memorial seria uma forma de reconhecer a sua contribuição e valorizar a nossa história.
Diz-se muitas vezes que as pessoas em cargos políticos têm má memória. Considera que já tinham má memória antes ou é um problema provocado pelos cargos para os quais são nomeadas ou eleitas?
Acredito que isso seja mais uma questão de prioridades do que de memória em si. Quando alguém assume um cargo político, lida com muitos assuntos complexos e, por vezes, deixa de lado compromissos anteriores. Mas também é verdade que a transparência e a responsabilidade podem ser afectadas, o que cria essa impressão de má memória.
Tem boa memória?
Tenho uma memória boa para coisas que me marcaram emocionalmente, como acontecimentos importantes e experiências com a família. Mas, em relação a detalhes mais quotidianos, sou mais esquecido. Creio que isso acontece porque nos ligamos mais facilmente às memórias que têm impacto emocional.
Existindo boas e más memórias, guarda mais das primeiras ou das segundas?
Guardo mais as boas memórias. Elas dão-me uma sensação de bem-estar e fazem-me lembrar momentos felizes. Claro que as más também existem, mas, com o tempo, acho que fui aprendendo a deixar essas memórias para trás e focar no que me faz bem. Isso ajuda-me a manter uma perspectiva positiva sobre a vida.
Qual a melhor memória que guarda?
A melhor memória que guardo é de um Natal em família, onde todos estavam presentes, sem preocupações. A sensação de união, alegria e simplicidade daquela noite ficou comigo até hoje.
E a pior?
A pior memória que guardo é de uma despedida difícil, quando perdi um ente querido. Foi um momento muito triste e deixou uma marca profunda, mas fez-me valorizar ainda mais o tempo que passamos com quem mais amamos.
Já lhe aconteceu estar com um amigo ou familiar que viveu um acontecimento consigo e que não recorda nada do que se passou, ou recorda-se dele de forma muito diferente?
Sim, já aconteceu algumas vezes. Uma vez, conversando com uma amiga de infância, descobrimos que nos lembrávamos de um evento de forma totalmente diferente. Ela achava que a situação tinha sido engraçada, enquanto que para mim foi um pouco constrangedora. Percebi que a nossa percepção das memórias é influenciada pela forma como vivemos o momento.
Que acontecimentos considera memoráveis na vida da região e por quê?
Na minha região, considero memorável as duas feiras anuais, Agricultura e Gastronomia. São eventos que unem toda a comunidade, com música, comidas típicas e muita alegria. Acho que é um símbolo da nossa identidade e das tradições que são passadas de geração em geração.
O que pensa das tradições?
Acredito que as tradições são importantes para manter a nossa identidade e ligação com o passado. No entanto, penso que é preciso adaptar algumas delas ao presente, para que continuem a fazer sentido. As tradições não devem ser um entrave, mas sim um alicerce para o desenvolvimento.
Há alguma tradição que tenha deixado de seguir?
Uma tradição que deixei de seguir foi a de fazer uma lista detalhada de resoluções para o Ano Novo. Antes, eu comprometia--me a registar várias metas e expectativas para o ano, mas percebi que muitas vezes isso gerava pressão e frustração. Hoje, prefiro reflectir sobre o que realmente desejo alcançar ao longo do ano, sem me prender a um formato rígido. Isso permite--me ter uma abordagem mais leve e aberta às oportunidades que surgem.
O que faz no seu dia-a-dia, apenas por uma questão de tradição?
Algo que faço por tradição é sempre cumprimentar as pessoas com um aperto de mão ou um abraço. Mesmo nos dias mais corridos acho importante manter essa cordialidade, que é uma marca cultural que prezo.
O que acha desta tradição de O MIRANTE assinalar cada aniversário pedindo aos seus leitores e anunciantes que partilhem as suas opiniões sobre um determinado tema?
Acho uma iniciativa muito interessante! Permite que as pessoas se sintam parte do jornal, expressando as suas opiniões e contribuindo para uma reflexão colectiva. É uma tradição que reforça a ligação com os leitores e valoriza as suas histórias e pontos de vista.
E que tema sugeria para o próximo?
Sustentabilidade na Comunidade: reflexões sobre práticas sustentáveis, iniciativas verdes locais e como cada um pode contribuir para um futuro mais sustentável.

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