Especiais | 13-12-2024 12:00

Couro Azul já revestiu milhões de volantes de prestigiadas marcas de carros

Couro Azul já revestiu milhões de volantes de prestigiadas marcas de carros
PRÉMIO EMPRESA MAIS EXPORTADORA
Pedro Carvalho, presidente do conselho de administração da Couro Azul

A Couro Azul anda há três décadas ao volante de muitas prestigiadas marcas de automóveis. Criada em 1989 no seio do Grupo Carvalhos, a empresa de curtumes da Gouxaria, Alcanena, nasceu vocacionada para o ramo automóvel, produzindo couro tratado e cortado para volantes. Entretanto começou também a fornecer artigos para comboios e aviões e mais de 90% do volume de negócios é para o mercado externo.

Porsche, Volvo, Mercedes, Volkswagen, Renault, TAP, Iberia ou CP são algumas das marcas e empresas que utilizam o couro produzido na Couro Azul para revestir volantes, bancos, painéis de portas ou tabliês. O primeiro grande negócio foi para a Volkswagen, em 1994, tendo fornecido couro para mais de 3 milhões de volantes só para o modelo Golf IV. Já revestiu cerca de 56 milhões de volantes e o sucesso na indústria automóvel conduziu a empresa de tratamento e corte de peles noutras direcções, passando os seus produtos a estar também presentes em comboios e aviões.
A empresa de base familiar nasceu em 1989 no seio do Grupo Carvalhos, fundado em 1939 por António Nunes Carvalho, referência na indústria de curtumes de Alcanena. O legado foi seguido por filhos, netos e bisnetos, geração após geração. O actual presidente do conselho de administração é Pedro Carvalho, neto do fundador. A Couro Azul tem sede e instalações na Gouxaria e foi criada para o fornecimento de couro para o sector automóvel, numa diversificação do negócio então implementada pelo Grupo Carvalhos.
A empresa emprega actualmente cerca de 600 trabalhadores e grande parte da sua facturação resulta das exportações para diversos mercados, sobretudo europeus. Em 2023, o volume de negócios rondou os 77 milhões de euros, sendo 94% para o mercado externo, sobretudo europeu, registando-se um crescimento de 3% face ao ano anterior. Para este ano perspectiva-se um aumento na mesma ordem de grandeza. A fábrica trabalha 24 horas por dia nalgumas secções.
A inovação e a redução do passivo ambiental no processo de fabrico têm sido constantes ao longo do percurso de 35 anos, como destacam Pedro Carvalho e o seu primo António Carvalho, administrador e técnico da Couro Azul. A empresa distingue-se por já não usar crómio no processo industrial há duas décadas e por apostar em produtos bioquímicos para transformação e tratamento das peles, estando a ganhar terreno a curtimenta vegetal, um método ancestral e mais amigo do ambiente.
A missão da Couro Azul passa por aproveitar um subproduto da carne bovina, que é o couro, e fazer dessa matéria-prima um produto nobre. O processo industrial é hoje muito mais limpo, com menos carga química e de resíduos, graças à aposta realizada em tecnologia e inovação. O investimento de milhões de euros nos últimos anos em novas e modelares instalações e na unidade de tratamento de efluentes é exemplo da preocupação em acompanhar a evolução dos tempos. A Couro Azul consome hoje muito menos água no processo industrial e, de todo o material usado, apenas 1% não tem aproveitamento. As aparas, por exemplo, servem hoje para fazer adubo orgânico.
A empresa da família Carvalho trabalha para criar artigos intemporais, sendo fiel às origens, realçando nos seus produtos a estética e elegância do couro. Ao longo dos 35 anos de existência, a Couro Azul tem sido distinguida com vários prémios e galardões nacionais e internacionais, como o Prémio Anual de Inovação na feira de Xangai, em 2014, ou o de Empresa com o Maior Crescimento na Indústria Nacional, em 2015.

Uma empresa exportadora à procura de novos mercados

A Couro Azul é uma empresa de base familiar em que todos os accionistas pertencem à família Carvalho, descendentes do criador do negócio, António Nunes Carvalho, que dá nome a outra fábrica de curtumes do grupo. Actualmente trabalham no grupo netos e bisnetos do fundador. O presidente do conselho de administração, Pedro Carvalho, não esconde o orgulho na base familiar da empresa e garante que o negócio vai continuar a ser liderado pelo clã Carvalho.
O administrador admite que continua a ser difícil recrutar mão-de-obra especializada na zona, pelo que alguns dos quadros vêm de outros concelhos, como Santarém, Cartaxo, Leiria, Abrantes ou Tomar. Com uma produção sobretudo destinada ao mercado europeu, a Couro Azul pretende chegar a novos mercados, nomeadamente no extremo Oriente e na América do Norte, reforçar as vendas para as indústrias aeronáutica e ferroviária e apostar nos subprodutos permitem um aproveitamento quase integral da matéria-prima.
A Couro Azul tem-se tornado uma das indústrias de curtumes mais inovadoras do mercado, celebrando diversos protocolos com universidades, centros de investigação e empresas de produtos químicos. Colabora também com diversos fabricantes no desenvolvimento de projectos pioneiros, como é o caso do interior de avião Life Project, que recebeu o prémio Crystal Cabin. Foi a primeira empresa portuguesa do sector dos curtumes a obter a Certificação de Qualidade ASO 9002.

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