“É possível fazer uma festa da Ascensão melhor com redução de custos significativa”

Rui Martinho, presidente da União das Freguesias da Chamusca e Pinheiro Grande, considera que a Chamusca tem muitas coisas que estão completamente subaproveitadas.
Desde quando se lembra de participar na festa a Ascensão?
Fiz-me homem a ver crescer esta festa, em qualidade e também em quantidade de expositores. Contudo, na última década, temos vindo a assistir a um declínio, que urge reverter. A Ascensão é uma festa de afectos. É a nossa semana de 9 dias, em que recebemos os amigos para virem desfrutar da mesma connosco.
Por vezes fala-se no dinheiro que a câmara municipal gasta na festa. Na sua opinião é dinheiro bem gasto?
Esse tema devia ser encarado na óptica do investimento e não do gasto puro e duro. Creio que o entendimento dos últimos anos é o do quanto mais cara for a festa, melhor ela é. É aqui que discordo clara e frontalmente, porque é possível fazer mais e muito melhor, com redução de custos significativa. Eliminemos as gorduras que por aí gravitam e aposte-se mais nos nossos melhores.
Há algum artista em especial ou alguma actividade em particular, que gostasse de ver no programa?
A Feira Social, por exemplo, é um dos eventos a reposicionar no certame. Gostava também de ver o José Cid a solo, apesar da sua intervenção este ano ser também de realçar. É um artista a quem a Chamusca muito deve e que capta milhares e milhares de pessoas para os seus concertos.
Este ano há eleições autárquicas. A que assuntos gostava que os candidatos dessem mais atenção?
Dar atenção à velha questão das acessibilidades, o IC 3 e a Ponte da Chamusca. Não podemos continuar a fazer de conta que se trabalha com estas situações. Temos de tomar posições de força, por forma a que sejamos ouvidos e os nossos problemas resolvidos.
Do que gosta mais na Chamusca?
Adoro a Chamusca e tudo o que ela nos pode oferecer. Temos um concelho vasto e rico em muitas coisas que estão completamente subaproveitadas. Amo a Chamusca.
E menos?
Das malfeitorias que lhe têm feito nos últimos anos, muitas delas verdadeiramente inenarráveis.
Tem sido presidente de junta nos últimos anos, o que mudou com a sua gestão?
A Junta de Freguesia projectou-se imenso, sob a nossa liderança. Anteriormente servia apenas para passar atestados de residência e muito pouco mais. Agora é uma autarquia moderna, virada para os cidadãos e que apoia os mais desfavorecidos, bem como implementámos um vasto conjunto de serviços e programas, transversais a toda a população.
Como foi o seu percurso profissional?
Comecei por dar aulas de Matemática. De seguida fui para os Serviços de Administração Escolar, na Golegã. Por fim e até hoje, exerço as minhas funções no Município da Golegã, enquanto Técnico Superior na Divisão de Administração e Finanças. Sou trabalhador do Município da Golegã há 22 anos.
Gosta do que faz ou gostaria de fazer algo diferente?
Gosto muito do que faço, tanto no Município da Golegã (onde encontrei Presidentes com P grande e com os quais aprendi imenso), como na União das Freguesias da Chamusca e Pinheiro Grande, que me permite ajudar verdadeiramente as pessoas, de uma forma activa e constante. Considero até que, ninguém devia ser Presidente de uma Câmara Municipal, sem antes ter sido Presidente de uma Junta de Freguesia, onde se tem de dar imenso valor a cada cêntimo.