Especiais | 05-06-2025 16:00

A propósito do Mês do Coração

A propósito do Mês do Coração
REVISTA DE SAÚDE E BEM-ESTAR | OPINIÃO
Vítor Paulo Baltasar Martins, cardiologista e arritmologista, director do Serviço de Cardiologia da ULS da Lezíria, presidente da Associação Cardiológica do Ribatejo, Presidente da Associação Portuguesa de Arritmologia, Pacing e Electrofisiologia

O mês de Maio, também conhecido por Mês do Coração, servirá para nos recordarmos de que temos que tratar bem do nosso coração, para que tenhamos saúde e bem-estar.

A dieta mediterrânica, que sempre tem estado na base da nossa alimentação, tem sido esquecida no nosso país. Será uma das causas pelas quais, segundo a Direcção-Geral da Saúde (DGS), se atribui às doenças cardiovasculares cerca de um terço das mortes em Portugal.
Morrem cerca de 80 pessoas por dia por causa cardiovascular. Só o enfarte agudo do miocárdio é responsável por 12 dessas mortes. E, mais importante ainda, é que oito em cada 10 óbitos de causa cardiovascular que ocorrem antes dos 70 anos poderiam ser evitados. Para combater estes números temos que pensar e actuar.
Sabemos que existem factores não modificáveis, como a idade, o género, os antecedentes familiares, mas, se actuarmos de forma positiva, podemos ter menos doenças, menos sintomas, e isso terá impacto significativo em parâmetros como a obesidade, a diabetes, o sedentarismo, a dislipidemia, o tabagismo, a apneia do sono ou mesmo no stress diário.
Os rastreios, frequentes neste mês,
dizem-nos realidades que, provavelmente, desconhecíamos. Apenas 15% da população consegue associar a presença de edemas dos membros inferiores à presença de insuficiência cardíaca, e esta situação exige que se faça esse diagnóstico, porque existe tratamento adequado.
O colesterol é uma gordura fundamental para as membranas celulares, para as nossas hormonas e outros processos intrínsecos no nosso metabolismo, mas só necessitamos de uma pequena quantidade de um tipo particular de colesterol (HDL). No entanto, cerca de 2/3 dos indivíduos com mais de 40 anos têm colesterol elevado e não o controlam. As implicações, efectivamente, não são imediatas, mas, a longo prazo, vão-se traduzir em maior número de eventos em que a doença aterosclerótica está envolvida.
A relação entre a prática desportiva e a ocorrência de arritmias cardíacas, muitas vezes fatais, tem sido uma temática muito falada em vários contextos. Tal dependerá de factores como a intensidade do treino, o tipo de actividade desportiva, a idade, o género, a presença de patologia associada. Um aconselhamento com o seu médico é sempre benéfico.
Em 1 de Março tivemos o Dia do Pulso, em que, por muitos locais do país, como estádios de futebol, empresas e outros locais, foi relembrado que a simples palpação do pulso, a nível radial, durante poucos segundos, permite saber se temos suspeita de arritmia.
As arritmias podem provocar paragem cardíaca, doenças no coração e morte súbita. É importante ficar atento a estes sintomas e pedir ajuda especializada.
Assim, neste Mês do Coração, faça rastreios, melhore a sua conduta diária e tenha a consciência de que tudo o que fizer se poderá traduzir em bem-estar, menos problemas e maior longevidade.

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