A inauguração da Feira Nacional de Agricultura sem Marcelo não é a mesma coisa

Ao contrário do que tem acontecido nos últimos anos, a Feira Nacional de Agricultura, em Santarém, não contou este ano com o Presidente da República na inauguração. O ministro da Agricultura e o comissário europeu do sector fizeram as honras de abertura, que não teve a agitação e colorido de anos anteriores.
A Feira Nacional de Agricultura/Feira do Ribatejo foi inaugurada no sábado, 7 de Junho, em Santarém sem o bulício e a agitação que a presença do Presidente da República costuma gerar. Marcelo Rebelo de Sousa não esteve na abertura por se encontrar no estrangeiro e prevê-se que passe pela feira no dia 13 de Junho. A fazer as honras da abertura estiveram o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, e o comissário europeu para a Agricultura, Christophe Hansen.
Não foi essa a única diferença notada na inauguração. A habitual exibição de ranchos folclóricos, para a comitiva de convidados, no átrio do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) também não aconteceu, privando os repórteres de imagens de alguns planos mais animados. Não houve dezenas de populares a saltarem ao caminho da comitiva para cumprimentar ou tirar selfies com as ilustres figuras presentes. E a sessão de discursos, com intervenções poliglotas em português, francês e inglês, foi muito mais longa do que o habitual, com três oradores a debitar verbo. O mais contido acabou por ser o anfitrião, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e da administração do CNEMA, Álvaro Mendonça e Moura, que mesmo assim não deixou de enviar alguns recados ao ministro.
Que o Governo execute o que prometeu
O diplomata nortenho que agora comanda a CAP pediu “por favor” ao Governo que execute o que prometeu, dando como exemplo a implementação do programa “Água que une – estratégia nacional para a gestão da água”, fundamental para dar rentabilidade e competitividade à nossa agricultura. “A água que une é das poucas reformas estruturais que se viu ao longo de anos neste país”, afirmou Álvaro Mendonça e Moura, enfatizando que é fundamental o país conseguir reter a água e levá-la para onde é necessário.
O presidente da CAP alertou também para a necessidade de pôr os serviços do Ministério da Agricultura a funcionar e executar, agilizando processos e simplificando a burocracia, considerando que também isso seria uma reforma estrutural. “Que não tenhamos que passar mais tempo no escritório do que no campo; que não tenhamos que apresentar quatro vezes o mesmo papel”, apelou.
O ministro da Agricultura foi ao encontro das reivindicações. “Claro que o Ministério da Agricultura tem que funcionar. Os organismos devem falar entre eles e estar mais próximos. Um licenciamento de um furo ou de uma instalação é uma eternidade. É absolutamente essencial essa desburocratização e simplificação. Temos muito a melhorar e a fazer”, reconheceu.
Sal de Rio Maior certificado pela União Europeia
Entre as muitas dezenas de convidados contavam-se muitas figuras da política regional e local, deputados e eurodeputados, agentes económicos, dirigentes associativos e outras personalidades. O evento voltou a contar com um pavilhão da União Europeia, onde foi entregue o certificado de denominação de origem protegida ao sal e flor de sal de Rio Maior à cooperativa de produtores de sal local.