Especiais | 03-07-2025 18:00

Educar para que o Mundo não escureça de vez

Educar para que o Mundo não escureça de vez
ESPECIAL ENSINO
Duarte Bernardo, director da Escola Profissional de Salvaterra de Magos

Há momentos marcados pela guerra, pela indiferença, pela desigualdade e pelas crescentes ameaças ambientais, em que nos parece que o mundo mergulha, pouco a pouco, na escuridão.

Há momentos marcados pela guerra, pela indiferença, pela desigualdade e pelas crescentes ameaças ambientais, em que nos parece que o mundo mergulha, pouco a pouco, na escuridão. São desafios que pesam sobre todos nós, mas é justamente nesses dias mais sombrios que devemos voltar o olhar para aquilo que, de forma silenciosa, continua a resistir. A escola, mais do que um espaço de aprendizagem, deve ser um bastião dessa resistência, um lugar onde cultivamos o pensamento crítico, a solidariedade e a esperança.
Na Escola Profissional de Salvaterra de Magos (EPSM), acreditamos que ensinar não é apenas cumprir um currículo. É criar condições para que os alunos desenvolvam competências como pensamento crítico, consciência ética, criatividade, empatia e sentido de responsabilidade perante o que os rodeia. Formar é mais do que preparar para o mercado de trabalho. É preparar para a vida.
Não há muito tempo, dois projectos desenvolvidos por alunos da EPSM foram distinguidos com prémios nacionais de ciência. Mais do que conquistas, estas distinções reflectem o modo como se cruza o rigor científico com a criatividade, a preocupação ambiental com a inovação. Nestes projectos, diferentes saberes articulam-se com o cuidado pela utilização sustentável dos recursos naturais e com uma cidadania activa e informada, aquela que queremos cultivar.
Quando os nossos alunos organizam uma refeição solidária ou desenvolvem consecutivamente iniciativas, dentro desse âmbito, não estão apenas a cumprir uma actividade curricular. Estão a aprender que a empatia é uma escolha que se pratica. Quando partem em mobilidade Erasmus ou participam num workshop internacional, expandem horizontes, mas também descobrem que o mundo é maior e que o seu lugar nele importa.
Na nossa escola incentivamos a criar “fora da caixa”, mas com propósito. Projectos sobre sustentabilidade, debates sobre racismo e assédio, oficinas de empreendedorismo social, tudo isto são caminhos para que os jovens percebam que têm o poder de transformar ideias em acções e acções em mudança.
A arte, a tecnologia, a solidariedade, a discussão de temas difíceis, tudo isto faz parte da mesma equação: formar pessoas mais conscientes, mais criativas, mais humanas. Porque se a escola não ensinar a pensar e a sentir, que tipo de futuro estaremos a construir? Enquanto houver escolas que incentivam a reflexão em vez da simples execução, ainda há esperança. E é por isso que, mesmo nos dias mais escuros, continuamos a acreditar: é possível ensinar a acender a luz.

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