Especiais | 20-10-2025 10:00

Rodoviária do Tejo tem uma história centenária ao serviço da região ribatejana

Rodoviária do Tejo tem uma história centenária ao serviço da região ribatejana
ESPECIAL GALARDÃO EMPRESA DO ANO
Jaime Pinheiro, Osvaldo Moreno, Martinho dos Santos Costa e Sónia Ferreira - foto O MIRANTE

Os autocarros do grupo Rodoviária do Tejo percorrem milhões de quilómetros pelas estradas da região, como vêm fazendo há muitos anos, ao longo das várias vidas da empresa que tem na génese a histórica transportadora Claras, de Torres Novas. A Rodoviária do Tejo é uma marca prestigiada que promete continuar a fazer caminho e a investir na modernização e sustentabilidade ambiental da frota, sempre com a finalidade de aproximar territórios, ligar pessoas e prestar um bom serviço às populações.

A Rodoviária do Tejo, com sede em Torres Novas, é a grande referência no transporte público nas estradas da região. A história da empresa tem raízes na empresa Claras, nascida no século XIX em Torres Novas e nacionalizada em 1975, como outras transportadoras que deram origem à Rodoviária Nacional. Em 1990, com a cisão da Rodoviária Nacional, foi criada a Rodoviária do Tejo, S.A., privatizada em 1993. Assim nasceu a Rodoviária do Tejo, que deu origem a outras empresas do grupo, como a RM Tejo e a RodoLezíria, criadas em 2021, que operam nos territórios do Médio Tejo e Lezíria do Tejo, respectivamente. É também nesse quadro de cultura de proximidade com o cliente que trabalham a Rodoviária do Oeste e a RDL Rodoviária do Lis, que prestam serviços na zona Oeste, na região de Leiria e parte do distrito de Coimbra.
Tendo como accionistas o Grupo Barraqueiro e a Internorte, a Rodoviária do Tejo conta actualmente com quase 900 trabalhadores, 80% dos quais motoristas. Dispõe de uma frota que ronda os 700 autocarros que, no ano passado, transportou 9,4 milhões de passageiros - 60 a 70% no âmbito do serviço de transporte escolar contratado com os municípios - e percorreu 35,4 milhões de quilómetros. Este ano, prevê-se um crescimento de 20% no número de passageiros. A empresa conta ainda com sete instalações oficinais e 21 terminais/pontos de venda. O investimento da Rodoviária do Tejo em 2025 aponta para os 16 milhões de euros, sendo 15 milhões para modernização da frota, o maior valor desta década.
Em 2024, o volume de negócios da empresa foi de 57,5 milhões de euros e prevê-se que cresça este ano, diz Martinho dos Santos Costa, presidente do conselho de administração da Rodoviária do Tejo, que na conversa com O MIRANTE, sobre a história e actividade da empresa, esteve acompanhado pela administradora Sónia Ferreira e pelos administradores Jaime Pinheiro (RodoLezíria) e Osvaldo Moreno (RM Tejo).
Com os olhos postos no futuro, a administração da empresa indica algumas apostas, como a da digitalização de serviços que disponibilize informação ao público em tempo real, a simplificação do modelo de bilhética e o alargamento e simplificação dos modos de compra e de pagamento. O investimento em mobilidade amiga do ambiente, nomeadamente com aquisição de viaturas eléctricas e a hidrogénio, como já vem acontecendo com excelentes resultados, por exemplo, no Médio Tejo, é outro dos objectivos. Com investimentos já aprovados, no final do próximo ano esperam ter mais 40 autocarros eléctricos a operar, além de três a hidrogénio para o Médio Tejo.
A empresa continua focada em garantir a sustentabilidade financeira das operações e adaptar-se às novas exigências do actual modelo de negócio, tendo em conta realidades como a imprevisibilidade na duração e termos dos contratos de serviço público e o recrutamento e retenção de trabalhadores, nomeadamente motoristas.

Uma relação profunda com a região que é para continuar

O presidente do conselho de administração da Rodoviária do Tejo, Martinho dos Santos Costa, e a administradora Sónia Ferreira enfatizam a profunda ligação que a empresa tem à região ribatejana, garantindo que essa relação de décadas é para continuar. Até porque há a responsabilidade social inerente ao facto de ser uma marca de referência na região e a ligação antiga com os actores locais.
A população vai continuar a contar com a Rodoviária do Tejo e a administração vinca que não vai atirar a toalha ao chão, na luta permanente pela sustentabilidade financeira da operação, que se revela deficitária nalgumas zonas, nomeadamente na Lezíria do Tejo. Essa realidade acaba por ser compensada por outras receitas captadas pela empresa, que opera em carreiras urbanas, interurbanas e rápidas, carreiras internacionais, expressos e serviços de aluguer e turismo.
Os desafios são mais que muitos, diz Sónia Ferreira. A dificuldade em encontrar fornecedores para executar a digitalização de serviços da transportadora e informatização da informação ao público, o recrutamento de motoristas, que tem sido mitigada com recurso a mão de obra imigrante, concursos públicos com valores base baixos e a demora do Estado central em pagar serviços contratualizados, devido à burocracia, são alguns dos problemas com que a Rodoviária do Tejo se tem debatido.
A redução tarifária e o fluxo migratório têm grande influência no acréscimo de procura do transporte público rodoviário, que tem causado dificuldade em dar resposta em termos de capacidade instalada. A Rodoviária do Tejo aponta como compromissos para com os clientes a inovação, qualidade e serviços de acordo com as suas expectativas. Em relação aos accionistas, pretende-se o retorno da confiança e do investimento realizado. No que toca aos trabalhadores, a empresa estimula a inovação e capacidade de iniciativa individual, o trabalho em equipa e o reconhecimento do mérito e do envolvimento na melhoria dos resultados.
Na sua lista de compromissos, a Rodoviária do Tejo tem também foco na minimização dos impactes ambientais decorrentes da actividade, promovendo a prevenção da poluição e a implementação de medidas de combate ao desperdício e ao uso racional de recursos naturais, nomeadamente energia e matérias-primas. A segurança é outra preocupação permanente, visando eliminar ou reduzir os perigos e riscos decorrentes da actividade para níveis considerados aceitáveis.

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