Na Escola Profissional do Vale do Tejo há quem ambicione trabalhar num restaurante de luxo ou servir o Presidente da República

Todos os anos estudantes da Escola Profissional do Vale do Tejo são colocados à prova em diferentes eventos e cerimónias, como é o caso do Galardão Empresa do Ano de O MIRANTE. Tal como em anos anteriores conversamos com os alunos sobre profissionalismo, rigor e ambição. Há alunos que ambicionam trabalhar num restaurante de luxo e outros em servir o Presidente da República.
Os alunos da Escola Profissional do Vale do Tejo (EPVT) voltaram a marcar presença no Galardão Empresa do Ano de O MIRANTE. A equipa foi liderada mais uma vez pelo chef José Pereirinha. Divididos entre o curso de Restaurante e Bar e o curso de Cozinha e Pastelaria, todos demonstraram o seu profissionalismo e muitos já ambicionam um dia trabalhar num restaurante de luxo ou até mesmo servir o Presidente da República.
Dinis Fonseca, do curso Restaurante/Bar, não hesita quando lhe perguntam quem gostaria de servir no futuro. Para ele seria um sonho servir Cristiano Ronaldo, não só pelo reconhecimento de servir alguém com a projecção mundial do jogador, mas por este representar o auge do profissionalismo e da exigência. Natural da Azambuja, o jovem de 18 anos aprendeu no curso sobretudo a comunicar e a gerir o stress em equipa e defende que a organização é a base de tudo e que só com coordenação é possível manter o rigor em eventos com centenas de pessoas. Dinis Fonseca confessa também que entre a valorização do ordenado e o tempo para a família deve haver um equilíbrio, mas considera que esta é das profissões mais gratificantes para quem gosta verdadeiramente de servir. “Não há melhor sensação que fazer alguma coisa e ver o gosto na cara das pessoas daquilo que estamos a fazer”, salienta. Na sua visão, o futuro passa por um restaurante com estrela Michelin, onde espera encontrar a exigência máxima que o desafie a crescer.
Com uma ambição semelhante, mas outro estilo de vida em mente, Maria Santana, 18 anos, de Santarém, também escolhe Cristiano Ronaldo como cliente de sonho, pela dedicação que transmite a quem o vê trabalhar. Garante que tudo o que aprendeu no curso levará consigo para a vida, mas apesar de gostar de servir em grandes eventos, imagina-se no futuro num bar de praia, onde possa aliar o profissionalismo a um ambiente descontraído. Quanto ao que mais valoriza, não hesita ao dizer que a família estará sempre em primeiro lugar. Já Juelson Martins, 20 anos, chegou de Cabo Verde há oito meses e encontrou no curso aquilo que mais gosta. Entrou na área por causa dos pais também trabalharem na restauração e afirma que tudo o que aprendeu até agora no curso é mérito do chef José Pereirinha, que lhe ensinou do zero o que é trabalhar num restaurante. Se pudesse servir alguém especial, escolheria o Presidente da República, por admirar a sua forma de ser e um dia gostaria de trabalhar num hotel de luxo, para sentir o peso e orgulho da responsabilidade. Confessa que uma dificuldade que ainda tem é falar fluentemente inglês, mas garante que nada o demove da vontade de evoluir.
Expectativa para o novo ano lectivo
À frente da equipa, o chef José Pereirinha observa cada passo com atenção todo os alunos enquanto trabalham, falando só quando é mesmo preciso. A trabalhar na EPVT há vários anos, o chef reconhece que este ano lectivo começou com boas perspectivas, tendo a escola conseguido abrir duas novas turmas de décimo ano, com alunos de várias nacionalidades e culturas. Com isto e com as melhorias que estão a ser feitas nas instalações, o professor acredita que a PVT se tornará ainda mais atractiva e terá cada vez mais procura.
Ainda assim, o professor não esconde as dificuldades de lidar com a falta de maturidade dos mais jovens. Diz que é possível fazer tudo com qualidade, mas é preciso estar “mais em cima deles”, pressionar e orientar para garantir que a responsabilidade se cumpre, pois nos eventos formais a exigência é maior e é onde se vê quem está preparado para seguir a profissão. Apesar disso, fala de todos os alunos com orgulho e acredita que muitos dos jovens que passaram pelas galas de O MIRANTE já estão hoje a trabalhar em restaurantes e hotéis de renome e vê isso como a prova de que a formação prática, feita em contextos reais e exigentes, vale tanto ou mais do que qualquer aula.