Especiais | 20-11-2025 11:00

“Com tanta fonte de informação, ninguém fica afastado do mundo, mesmo que queira”

“Com tanta fonte de informação, ninguém fica afastado do mundo, mesmo que queira”
38 ANOS DE O MIRANTE
José Eduardo Carvalho, presidente da direcção da AIP - Associação Industrial Portuguesa - foto O MIRANTE

As pessoas que mais admiro são as que conheço e com quem contactei. Só o relacionamento permite validar a percepção que temos das pessoas. Conheci ao longo da vida gente boa que admirei pelo seu carácter e valores.

É cada vez mais complicado sermos atendidos telefonicamente e, por vezes presencialmente, em muitos serviços, sejam públicos ou privados. Já lhe aconteceu?
Sim, muitas vezes. Lamentei. Com o Covid colocaram o pessoal em casa e dificilmente conseguiremos tirá-los de lá. Contrariamente aos países do norte da Europa, os do sul abusam e corroem algumas dessas práticas de gestão. Os governos exageram. Por exemplo, há alguns serviços públicos que não podem funcionar por marcação. Deteriora a qualidade da prestação de serviços públicos e evidencia uma quebra de produtividade alarmante.
Qual foi a última notícia que o deixou incrédulo?
Foi uma de um canal de televisão que anunciou a derrota eleitoral do Presidente da Argentina com todos os pormenores: percentagem de votação; perda de maioria; demissão, entre outra. Quando afinal o homem tinha ganho e reforçado a maioria. Trabalhar desta forma merecia um despedimento.
Alguma vez lhe apeteceu ser jornalista por um dia?
Quando tinha 14/15 anos era a minha grande aspiração. Gosto de escrever. Exprimir ideias de forma fundamentada. Mas não tenho tido tempo para escrever como desejaria.
Como descreveria O MIRANTE a alguém de outra região que nunca tivesse contactado o jornal?
Um ‘case study’ da imprensa portuguesa.
Ainda lê a edição em papel?
Sim. Leio sempre o jornal impresso. É um hábito e um ritual.
Em Portugal há mais de sessenta municípios sem um jornal ou rádio de informação local. Acha que sentiria falta de informação local, se vivesse num daqueles locais?
Neste momento há muita fonte de informação. Ninguém fica afastado do mundo. Mesmo que queira, dificilmente consegue.
Muita informação chega-nos através das redes sociais. Sabe quem faz, escreve e publica aquelas informações e vídeos?
Não. Não entro nem navego nessas plataformas e desconheço o seu funcionamento.
É assinante de algum jornal digital, nacional ou regional, ou só acede às notícias que são disponibilizadas gratuitamente?
Sou assinante de jornais e leio diariamente um resumo das notícias mais importantes da imprensa económica.
Consegue utilizar bem as novas tecnologias, nomeadamente as aplicações úteis, através do telemóvel?
Não. Utilizo as essenciais para conseguir viver numa sociedade cada vez mais dinâmica.
Qual considera ser a sua terra? Aquela onde nasceu ou aquela onde se sente realmente bem e à vontade? E também diz, como algumas pessoas, que é a melhor terra do mundo?
O local de nascimento marca a vida. Conheço pessoas que vieram de África com meses e ainda falam com saudades de Sá da Bandeira ou Nampula, como se fossem a sua terra.
As pessoas que mais admira são algumas das que conhece e com quem contacta, ou outras a quem, muito provavelmente, nunca vai ter a possibilidade de cumprimentar?
As que mais admiro são as que conheço e com quem contactei. Só o relacionamento permite validar a percepção que temos das pessoas. Relacionei-me ao longo da vida com gente boa que admirei pelo seu carácter e valores.
O que é que achou deste inquérito? Acha que estamos a ser muito narcisistas e que a comunicação social não é assim tão importante como se faz crer?
Como se pode observar a comunicação social formata a sociedade, e é um instrumento de liberdade e de solidez das democracias liberais.
O que gostaria de acrescentar?
Sugerir que comecem a preparar a comemoração do 40º aniversário, reunindo a “diáspora” ribatejana numa grande convenção.

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