“Vivemos numa sociedade que caminha perigosamente para contentar-se com o imediato, o fácil e o superficial”
Não é por acaso que, em regimes autoritários, se tenta silenciar a comunicação social ou promover a desinformação. O jornalismo livre e plural é uma garantia de liberdade.
A “minha terra” é onde me sinto ligada pelas pessoas, pelos valores e pelos projectos que partilhamos. Nasci em Lisboa, mas como muitos lisboetas, os meus avós eram de outras regiões e esses locais também fazem parte da minha identidade. A proximidade pode vir de vários factores e a aplicação do determinante ao possessivo “minha” pode inclusive vir da proximidade que se sente com a actividade a que nos dedicamos, como é o caso dos municípios que fazem parte da actividade da Valorsul. Hoje sinto-me verdadeiramente em casa nas regiões onde a Valorsul actua. É aqui que trabalhamos diariamente para melhorar a qualidade de vida das comunidades. Por isso, posso dizer que estas também são “a minha terra”, não por bairrismo, mas por compromisso.
Para mim a admiração é algo que se constrói com o tempo e com o exemplo. Admiro aqueles que se desafiam, que não se acomodam, que acreditam, que fazem a diferença, que defendem os valores em que acreditam, que ousam inovar. Admiro tanto figuras históricas como pessoas que conheço e com quem trabalho diariamente. Felizmente, tenho o privilégio de conviver com muitas pessoas que admiro e acredito que, para admirarmos alguém, é preciso ter humildade. Essa capacidade de reconhecer o valor dos outros é, na minha opinião, uma qualidade essencial e que só nos enriquece.
O MIRANTE é uma referência no jornalismo regional, com 38 anos de história ao serviço da informação. É um jornal profundamente ligado às pessoas e às instituições da região, desempenhando um papel essencial para informar, divulgar, debater e acompanhar a realidade local. Defende a pluralidade da informação regional, algo absolutamente fundamental para o funcionamento de uma democracia saudável e participativa.
Leio muita informação em formato digital, pela facilidade e rapidez. Mas reconheço o valor simbólico e afectivo do papel, sobretudo na imprensa regional, onde ainda representa um elo de ligação importante às comunidades. O jornal em papel tem uma presença física que convida à reflexão e à leitura mais pausada — e isso continua a ter valor.
Cada vez é mais difícil distinguir o que é real do que é criado, especialmente com o avanço da Inteligência Artificial. Vivemos numa sociedade que caminha perigosamente para contentar-se com o imediato, o fácil, o superficial. Vamos perdendo o gosto pela investigação, pela reflexão, pelo debate de ideias estruturantes. Esquecemo-nos que foi precisamente essa curiosidade, a não aceitação do empírico e do óbvio, que nos conduziu à descoberta e ao progresso.
Um dos grandes desafios actuais é como compatibilizamos os avanços tecnológicos, com os valores e as competências que nos permitiram chegar a este ponto. E o jornalismo tem um papel absolutamente determinante neste equilíbrio, na validação da informação, na promoção do pensamento crítico e na defesa da verdade.
Acompanho vários meios digitais e valorizo os que disponibilizam informação rigorosa e credível. Sempre que possível, apoio o jornalismo de qualidade, porque sei o quanto custa manter uma redacção activa, independente e profissional. A informação tem valor e merece ser sustentada.
Já me aconteceu ter dificuldades no atendimento telefónico, mas não me causa frustração. Vejo essa mudança como parte da evolução tecnológica que conquistámos e, na maioria das vezes, facilita-nos a vida. Claro que há momentos em que o contacto humano é insubstituível, mas acredito que o desafio está em encontrar o equilíbrio entre eficiência digital e proximidade no atendimento.
Achei o inquérito diferente e interessante, com um tom mais pessoal que convida à reflexão. A comunicação social é, sem dúvida, um pilar essencial de qualquer sociedade democrática. Quando é feita com responsabilidade, promove a transparência, dá voz à diversidade de opiniões e contribui para uma cidadania mais consciente e participativa. Não é por acaso que, em regimes autoritários, se tenta silenciar a comunicação social ou promover a desinformação. O jornalismo livre e plural é uma garantia de liberdade.
Comecei a minha carreira profissional no, então, Grupo Lusomundo, que detinha o Diário de Noticias, Jornal de Notícias, entre outros. Acompanhei de perto alguns dos desafios do jornalismo e dos jornalistas — que já eram exigentes na altura e que hoje são ainda maiores. Nunca me vi como jornalista, mas admiro a capacidade de quem continua a procurar dar voz aos diferentes pontos de vista, de forma imparcial e com rigor.
O acesso constante à informação
traz-nos muitas notícias que nos chocam. No contexto deste inquérito, destacaria as sucessivas restrições impostas pela Administração da Casa Branca, nos Estados Unidos, ao acesso dos jornalistas à informação e aos próprios dirigentes. Estas restrições representam um recuo claro em princípios que levaram anos a construir e implicam uma perda de transparência que é perigosa para qualquer sociedade.
Imagino que a equipa de O MIRANTE seja relativamente pequena, mas muito dedicada. O jornalismo regional vive muito da paixão e do compromisso de quem acredita no que faz, no valor da proximidade e da informação local.
Gostaria de deixar uma palavra de reconhecimento a O MIRANTE pelo seu percurso. A proximidade é um valor essencial, na comunicação, na gestão e na forma como nos relacionamos com as comunidades. Continuar a informar com transparência, imparcialidade e rigor é, sem dúvida, um dos maiores contributos que um jornal pode dar à sociedade.


