Especiais | 21-11-2025 13:00

“Não sou excepção ao “pecado mundano” de valorizar um acontecimento menos grave, em comparação com um mais grave”

“Não sou excepção ao “pecado mundano” de valorizar um acontecimento menos grave, em comparação com um mais grave”
38 ANOS DE O MIRANTE
Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância - foto O MIRANTE

Recebi mensagens pelo Facebook de pessoas a dizer que telefonavam para a câmara e ninguém atendia. Não é desleixo ou falta de vontade, mas por vezes o volume de chamadas torna impossível atender tudo. Temos de melhorar. Devemos estar sempre disponíveis para os cidadãos que servimos.

Concorda com a ideia de que damos mais atenção à notícia de uma pessoa atropelada na nossa rua, do que a um acidente com dezenas de pessoas num país longínquo? Acontece consigo?
Acho que depende da altura do ano, e do contexto nacional e internacional. Todos nós temos alturas que valorizamos um acontecimento menos grave, em comparação com um mais grave. Não sou excepção a este “pecado mundano”.
Qual considera ser a sua terra, aquela onde se sente realmente bem e à vontade?
A minha terra é o Concelho de Constância, para mim a melhor terra, e onde me sinto muito bem.
Quem são as pessoas que mais admira, para além dos seus familiares?
Na minha família quem mais admiro são os meus avós, pela vida difícil que tiveram, mas que não foi isso que os tornou amargos ou infelizes, bem pelo contrário. Tenho amigos que admiro por várias razões e tenho figuras que admiro, com quem tive, duas ou três vezes, um simples aperto de mão como por exemplo a Mário Soares. Admiro-o pela sua coragem, pela sua tolerância, pela sua abertura de espírito que sempre teve, e por ter entendido e defendido sempre um Partido Socialista inclusivo e aberto às várias sensibilidades.
A nível internacional, tem alguma?
A nível internacional admiro muito Winston Churchill pela coragem e pelo apurado sentido de humor que tinha, mas também o antigo Presidente americano Franklin D. Roosevelt, pelo grande estadista que foi, mas também a Rainha Vitória do Reino Unido pelo incremento económico e de desenvolvimento que promoveu no Reino Unido com negociações económicas altamente vantajosas para o seu Reino, não está aqui em apreciação a correcção ou não das suas acções, mas sim, a inteligência, a firmeza da mesma e a sua afirmação enquanto mulher num mundo altamente dominado pelos homens.
Como descreveria O MIRANTE a alguém de outra região que nunca tivesse contactado com o jornal?
Um jornal regional que promove o distrito de Santarém, tentando chegar a todos os cantos dos 21 concelhos.
Ainda lê o jornal em papel? Porquê?
Costumo ler ainda em papel. Para mim ler no computador não é a mesma coisa do que sentir o papel nas minhas mãos. É um hábito.
Há municípios sem um jornal ou rádio de informação local. Acha que sentiria falta de informação local, se vivesse numa região como aquelas?
Sim. A democracia e o escrutínio da vida pública de quem exerce o poder é fundamental. E para isto é preciso uma comunicação social livre e independente.
Muita informação chega-nos através das redes sociais. Sabe quem faz, escreve e publica aquelas informações e vídeos?
Não. Muita coisa chega-me sem qualquer tipo de procura da minha parte. Todas estas ferramentas são importantes, se forem usadas no bom sentido, e não na desinformação, na mentira, na ofensa ou na calúnia.
Por vezes é complicado sermos atendidos telefonicamente e, por vezes presencialmente, em muitos serviços, sejam públicos ou privados. Já lhe aconteceu?
Já me aconteceu. Na própria Câmara Municipal temos munícipes que se queixam dessa situação. Alguns acabam por enviar-me mensagem pelo Facebook a dizer que estão fartos de ligar e ninguém atende. No nosso caso, não é desleixo ou não querer atender, muitas vezes são chamadas em cima de chamadas o que torna impossível atender tudo. É algo que temos de pensar e melhorar. Prestamos um serviço público, devemos estar sempre disponíveis para os cidadãos que servimos.
Consegue utilizar bem as novas tecnologias, nomeadamente as aplicações úteis, através do telemóvel?
Sim. Quando tenho alguma dificuldade peço ajuda à minha esposa que domina melhor algumas aplicações do que eu.
O que é que achou deste inquérito?
Achei interessante. Como já referi a comunicação social desempenha um papel fundamental num Estado de Direito Democrático.
Alguma vez lhe apeteceu ser jornalista por um dia?
Com todo o respeito que tenho pelos jornalistas e pelo seu trabalho, confesso que foi actividade profissional pela qual nunca senti interesse.
Qual foi a última notícia que o deixou incrédulo?
As várias notícias de partos em ambulâncias, no chão dos hospitais e pior, a morte de uma grávida e do bebé. Num país como o nosso, estas situações não são aceitáveis. É preciso dar novo fulgor ao SNS e aos seus profissionais para que se sintam parte integrante e para que o vivam com amor à camisola e sentido de missão.
O que gostaria de acrescentar?
Deixar os parabéns ao O MIRANTE pelo seu 38.º aniversário, fazendo votos de sorte e sucesso para o jornal e para todos os profissionais que trabalham no mesmo.

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