Especiais | 21-11-2025 17:00

“O jornalismo isento continua a ser um pilar essencial da democracia e da confiança pública”

“O jornalismo isento continua a ser um pilar essencial da democracia e da confiança pública”
38 ANOS DE O MIRANTE
Pedro Bastos, administrador - Hospital CUF Santarém - foto DR

A falta de comunicação regional leva a uma normalização da informação e a uma perda da cultura regional. As diferenças entre as regiões devem ser enfatizadas para termos um país mais plural e diversificado.

Concorda com a ideia de que damos mais atenção à notícia de uma pessoa atropelada na nossa rua, do que a um acidente grave noutro país?
Parece-me natural ficar mais sensibilizado com o que acontece próximo de nós. A proximidade desperta empatia imediata. No entanto, valorizo todas as vidas humanas, independentemente da distância geográfica.
Qual considera ser a sua terra; aquela onde se sente realmente bem e à vontade?
A minha terra é aquela onde me sinto útil e ligado à comunidade. Hoje, é onde trabalho e vivo. Mais do que um lugar de nascimento, é um espaço de pertença e propósito. Além disso, tenho também algumas “terras” de adopção. Terras onde estive ou estou com muita frequência e das quais tenho vivências marcantes com os projectos em que participo e das gentes com quem me cruzo.
As pessoas que mais admira são algumas das que conhece e com quem contacta, ou outras a quem, muito provavelmente, nunca vai ter a possibilidade de cumprimentar?
Admiro profundamente as pessoas que, com ética, competência e generosidade, contribuem para o bem comum. Inspiro-me tanto em figuras públicas de referência, como em pessoas com quem trabalho, bem como em pessoas anónimas que servem com dedicação todos os dias.
Como descreveria O MIRANTE a alguém de outra região que nunca tivesse contactado com o jornal?
O MIRANTE é um meio de comunicação social de proximidade, que reflecte a vida das comunidades com rigor, respeito e atenção ao que realmente importa no quotidiano das pessoas. É um jornal regional de referência para muitos milhares de pessoas e comunica o sentir de uma região alargada do país.
Em Portugal há mais de sessenta municípios sem um jornal ou rádio de informação local. Acha que sentiria falta de informação local, se vivesse numa região como aquelas?
Sem dúvida. A informação local é essencial para a coesão social e o sentimento de pertença. Sem ela, perde-se parte da identidade colectiva. A falta de comunicação regional leva a uma normalização da informação e a uma perda da cultura regional. As diferenças entre as regiões devem ser enfatizadas para termos um país mais plural e diversificado.
Muita informação chega-nos através das redes sociais. Sabe quem faz, escreve e publica aquelas informações e vídeos?
Tenho consciência de que muitas das informações nas redes sociais carecem de verificação. Dou preferência a fontes credíveis e profissionais de comunicação reconhecidos.
É assinante de algum jornal digital, nacional ou regional?
Sim, sou assinante de alguns meios de comunicação social. Acredito que o jornalismo de qualidade deve ser apoiado para garantir a sua independência.
É cada vez mais complicado sermos atendidos telefonicamente e, por vezes presencialmente. Já lhe aconteceu?
Já vivi essa experiência. Procuro sempre encará-la com compreensão, reconhecendo que a transição tecnológica exige adaptação e melhoria contínua dos serviços. Preocupa--me a descaracterização dos serviços e a dificuldade de acesso aos mesmos. Estou convencido de que uma correcta conjugação dos meios humanos e tecnológicos poderão dar um melhor serviço à população.
Consegue utilizar bem as novas tecnologias, nomeadamente as aplicações úteis, através do telemóvel?
Sim, utilizo com regularidade diversas aplicações e ferramentas digitais. São instrumentos fundamentais para a gestão moderna e para uma maior eficiência. É difícil percepcionar o nosso dia-a-dia sem uma utilização contínua das ferramentas digitais em quaisquer dispositivos que existam. É uma realidade incontornável.
O que achou deste inquérito?
Considero este inquérito pertinente. A reflexão sobre a comunicação social é necessária, porque o jornalismo isento continua a ser um pilar essencial da democracia e da confiança pública.
Alguma vez lhe apeteceu ser jornalista por um dia?
Já pensei nisso, sim. O jornalismo tem um papel nobre: dar voz às pessoas e às causas que constroem a sociedade.
Qual foi a última notícia que o deixou incrédulo?
A última notícia que me deixou incrédulo foi a persistência de conflitos que colocam vidas inocentes em risco, num tempo em que tanto evoluímos tecnicamente.
Sabe ou imagina quantas pessoas trabalham nas empresas que editam O MIRANTE em papel e online todos os dias?
Imagino que seja uma equipa dedicada e multifacetada, com profissionais que asseguram diariamente a qualidade e a actualidade da informação que nos chega.
O que gostaria de acrescentar?
Apenas reforçar a importância de um jornalismo responsável, humano e próximo das pessoas, tal como O MIRANTE tem procurado ser ao longo dos anos.

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