Especiais | 22-11-2025 16:00

“A informação gratuita é importante, mas é o jornalismo profissional que garante independência editorial”

“A informação gratuita é importante, mas é o jornalismo profissional que garante independência editorial”
38 ANOS DE O MIRANTE
João Moutão, presidente do Instituto Politécnico de Santarém - foto DR

Enquanto instituições públicas de ensino, temos o dever de continuar a trabalhar pela inclusão, pela igualdade de oportunidades e pela valorização do mérito. O conhecimento deve ser um bem partilhado, não um privilégio.

Admiro pessoas que aliam competência a integridade, sejam ou não figuras públicas. Há pessoas próximas, colegas e colaboradores, cuja dedicação diária é inspiradora. E admiro também grandes líderes, cientistas e educadores que nos mostram que o conhecimento transforma sociedades. Mais do que nomes, admiro atitudes: coragem, visão e compromisso com o bem comum.
É natural que as notícias próximas da nossa realidade despertem uma atenção mais imediata - tocam-nos de forma directa e emocional. No entanto, acredito que o verdadeiro exercício da cidadania implica também olhar para o que acontece longe de nós, porque vivemos num mundo interligado. Tento sempre cultivar essa consciência global, mesmo quando a proximidade pesa mais.
A minha terra é aquela onde me sinto ligado a uma comunidade dinâmica e com propósito. Aquela onde existe uma comunidade colaborativa e orientada para o futuro. Guardo boas memórias do lugar onde nasci, mas é no distrito de Santarém que posso deixar uma marca positiva e sentir que faço parte do seu progresso. Uma terra que oferece condições únicas para o crescimento do ensino superior público e para o reforço da ligação entre instituições e sociedade. É nesse compromisso colectivo que reside o verdadeiro sentido de pertença.
O MIRANTE é um jornal que reflecte o pulsar do Ribatejo e do Médio Tejo. Atento, interventivo e próximo das pessoas. É uma publicação que ajuda a construir identidade regional e a fortalecer a democracia local através da informação.
Continuo a ler o jornal em papel, porque há algo de simbólico e reflexivo nesse gesto. O papel convida à leitura com tempo, à pausa. Mas também acompanho a edição digital, porque reconheço o valor da actualidade e da agilidade que o digital proporciona. São formatos complementares. E também acompanho diariamente as publicações do jornal nas redes sociais.
A falta de informação local empobrece as comunidades. Um jornal local é mais do que um meio de comunicação - é um espaço de coesão, de memória e de cidadania. Sim, sentiria falta. A informação local é essencial para manter viva a participação e o sentimento de pertença.
As redes sociais democratizaram o acesso à informação, mas também exigem de nós espírito crítico. Nem sempre sabemos quem está por trás do que lemos. Por isso, valorizo muito o jornalismo profissional, que assegura rigor, verificação e responsabilidade pública.
Sou assinante de vários meios digitais, nacionais e internacionais. Acredito que o jornalismo de qualidade deve ser sustentado. A informação gratuita é importante, mas é o jornalismo profissional, sustentado por assinaturas, que garante independência editorial.
Já senti dificuldades com o atendimento telefónico, como certamente acontece a todos. É um sinal dos tempos, mas também um alerta. A tecnologia deve servir as pessoas. Por isso, procuro, dentro do IPSantarém, equilibrar inovação com proximidade humana no atendimento.
Utilizo com frequência as novas tecnologias e aplicações, fazem parte do dia-a-dia de qualquer gestor. Mas acredito que o essencial é saber usá-las de forma inteligente, sem perder o contacto humano nem o sentido crítico.
Achei este inquérito muito pertinente. Convida-nos a reflectir sobre o papel essencial da comunicação social na consolidação da democracia e na formação de uma opinião pública informada. O maior desafio hoje é equilibrar a rapidez das notícias com a profundidade da análise… e o O MIRANTE tem sabido fazê-lo com qualidade e equilíbrio.
Já me apeteceu ser jornalista por um dia. Ser jornalista é uma forma nobre de serviço público, investigar, compreender, dar voz e construir pontes. É uma profissão que admiro profundamente.
Recentemente, deixou-me incrédulo constatar que as desigualdades educativas continuam a ser uma realidade, mesmo em países com sistemas de ensino avançados. No contexto do ensino superior, esta constatação é particularmente preocupante, pois sabemos que o acesso à formação e ao conhecimento é uma das chaves para o desenvolvimento humano e social. Enquanto instituições públicas de ensino, temos o dever de continuar a trabalhar pela inclusão, pela igualdade de oportunidades e pela valorização do mérito. O conhecimento deve ser um bem partilhado, não um privilégio.
O que gostaria de acrescentar. Gostaria apenas de sublinhar a importância da colaboração entre instituições de ensino superior e a comunicação social regional. Juntos, podemos reforçar a literacia mediática, valorizar o território e inspirar as novas gerações a participar activamente na vida pública.

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