Especiais | 22-11-2025 19:00

“Espero que a comunicação social independente continue a bem da pluralidade de opiniões e do esclarecimento público”

“Espero que a comunicação social independente continue a bem da pluralidade de opiniões e do esclarecimento público”
38 ANOS DE O MIRANTE
Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira - foto O MIRANTE

O MIRANTE é um jornal particularmente enérgico e atento à vida local, que tem conseguido sobreviver no complicado mundo do jornalismo actual. Vale a pena ler e, de quando em vez, discordar.

Qual foi a última notícia que o deixou incrédulo?
Todos os dias fico incrédulo com algumas realidades, e com algumas notícias que as tentam descrever.
Muita informação chega-nos através das redes sociais como Facebook, Instagram, TikTok ou X (Twitter). Sabe quem faz, escreve e publica aquelas informações e vídeos?
A recente campanha autárquica demonstrou bem que o lixo comunicacional e as ofensas grassam nas redes sociais exactamente porque os seus autores se escondem atrás do anonimato. É cada vez mais importante o discernimento e a procura de fontes oficiais e fidedignas.
Concorda com a ideia de que damos mais atenção à notícia de uma pessoa atropelada na nossa rua, do que a um acidente com dezenas de pessoas num país longínquo? Acontece consigo?
A proximidade tem sempre um efeito mobilizador da nossa atenção individual (ou da nossa percepção local), mas nunca se deve perder a capacidade de prestar atenção a outras realidades, e procurar compreender a verdadeira dimensão dos acontecimentos.
Qual considera ser a sua terra, aquela onde se sente realmente bem e à vontade? É a terra onde nasceu ou outra?
Considero «a minha terra» aquela onde cresci e vivo com a minha família: Vila Franca de Xira.
As pessoas que mais admira são algumas das que conhece e com quem contacta, ou outras a quem, muito provavelmente, nunca vai ter a possibilidade de cumprimentar?
Há personalidades que, pelo seu percurso, merecem destaque e exerceram influência na forma como nos construímos enquanto cidadãos e pessoas. Na política Mário Soares ou Angela Merkel, por razões diferentes; no pensamento e na literatura escritores como Marguerite Yourcenar ou Saramago; na música Fausto Bordalo Dias ou Claude Nougaro, são exemplos entre muitos outros.
Como descreveria O MIRANTE a alguém de outra região que nunca tivesse contactado com o jornal?
Na minha região há um jornal particularmente enérgico e atento à vida local, que tem conseguido sobreviver no complicado mundo do jornalismo actual. Vale a pena ler e, de quando em vez, discordar.
O MIRANTE tem uma edição digital e divulga notícias nas suas páginas das redes sociais. Ainda lê o jornal em papel?
Sim. O jornal em papel – se for reflectido e bem trabalhado – é uma peça que faz parte do nosso imaginário colectivo.
Em Portugal há mais de sessenta municípios sem um jornal ou rádio de informação local, sendo considerado que as pessoas daqueles locais, vivem em “desertos de notícias”. Acha que sentiria falta de informação local, se vivesse numa região como aquelas?
Sem dúvida que sentiria falta. A imprensa local é importante para abordar assuntos que a nacional não trata, e dá voz a muitas preocupações que, de outra forma, ficariam na obscuridade.
É assinante de algum jornal digital, nacional ou regional, ou só acede às notícias que são disponibilizadas gratuitamente?
A minha organização continua a adquirir jornais em papel e a subscrever serviços informativos oficiais.
É cada vez mais complicado sermos atendidos telefonicamente e, por vezes presencialmente, em muitos serviços, sejam públicos ou privados. Já lhe aconteceu? E desesperou, ou aceitou como fazendo parte da evolução normal do mundo?
Não tenho tido más experiências a esse nível.
Consegue utilizar bem as novas tecnologias, nomeadamente as aplicações úteis, através do telemóvel?
Quando tenho alguma dificuldade com as novas tecnologias e apps, os meus filhos dão sempre uma preciosa ajuda!
O que é que achou deste inquérito? Achas que estamos a ser muito narcisistas e que a comunicação social não é assim tão importante como se faz crer?
O Mundo está a mudar muito rapidamente. Espero que a comunicação social independente continue a ter o seu lugar, a bem da pluralidade de opiniões e do esclarecimento público.
Alguma vez lhe apeteceu ser jornalista por um dia?
Os meus dias já são muito ocupados… Há profissionais que fazem isso muito melhor do que eu faria, sobretudo num só dia.
Sabe ou imagina quantas pessoas trabalham nas empresas que editam O MIRANTE em papel e online todos os dias?
Sem ir ao Google, não…
O que gostaria de acrescentar?
Longa vida a O MIRANTE! E reconhecimento pelo trabalho dos seus jornalistas.

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