Especiais | 22-11-2025 13:00

“Fico incrédulo quando um quadro pintado com recurso a inteligência artificial é vendido por milhões”

“Fico incrédulo quando um quadro pintado com recurso a inteligência artificial é vendido por milhões”
38 ANOS DE O MIRANTE
João Teixeira Leite, presidente da Câmara Municipal de Santarém  - foto O MIRANTE

Há uma pessoa que admiro pelo peso que representa na nossa história, que gostava de ter conhecido: o nosso capitão maior de Abril, o nosso capitão Salgueiro Maia. Pela bravura e pela coragem. Ele representa a Liberdade.

Concorda com a ideia de que damos mais atenção à notícia de uma pessoa atropelada na nossa rua, do que a um acidente com dezenas de pessoas num país longínquo? Acontece consigo?
Uma tragédia, um acidente, que aconteça próximo de nós é naturalmente impactante no nosso consciente. Mas uma tragédia, uma vida humana em sofrimento aqui ou no outro lado do mundo é sempre uma vida humana, causa sempre um sentimento negativo em mim.
Qual considera ser a sua terra; aquela onde se sente realmente bem e à vontade? E é a melhor terra do mundo?
A minha terra é Santarém. E sim, é a melhor terra do mundo!
As pessoas que mais admira são algumas das que conhece e com quem contacta, ou outras a quem, muito provavelmente, nunca vai ter a possibilidade de cumprimentar?
Há uma pessoa que admiro pelo peso que representa na nossa história que gostava de ter conhecido: o nosso capitão maior de Abril, o nosso capitão Salgueiro Maia. Pela bravura e pela coragem. Ele representa a Liberdade.
Como descreveria O MIRANTE a alguém de outra região que nunca tivesse contactado com o jornal?
O MIRANTE é muito mais do que um simples jornal regional. É um espaço onde se contam as histórias e os desafios das pessoas do Ribatejo, mas com uma profundidade que muitas vezes tem impacto a nível nacional. Consegue mostrar o país a partir das suas margens — das pequenas terras, das autarquias, das tradições e das vozes que raramente chegam aos grandes meios. É um jornal que valoriza o local sem perder a noção do global, mostrando que as questões regionais também fazem parte da identidade e da realidade do país.
Ainda lê o jornal em papel?
Sim, leio. Mas a primeira leitura é sempre digital.
Há mais de 60 municípios sem um jornal ou rádio de informação local, sendo considerado que as pessoas daqueles locais, vivem em “desertos de notícias”. Acha que sentiria falta de informação local, se vivesse numa região dessas?
Sim, sentiria falta de informação local se vivesse numa dessas regiões chamadas de “desertos de notícias”. A informação local é importante porque nos liga directamente à comunidade onde vivemos — ajuda-nos a saber o que está a acontecer à nossa volta. Sem esse tipo de informação seria mais difícil participar activamente na vida da comunidade, tomar decisões informadas ou sentir um verdadeiro sentido de pertença.
Muita informação chega-nos através das redes sociais. Sabe quem faz, escreve e publica aquelas informações e vídeos?
Depende do tema. Procuro saber a fonte quando o tema é relevante.
É assinante de algum jornal digital, nacional ou regional, ou só acede às notícias que são disponibilizadas gratuitamente?
Sim, sou. De dois jornais regionais e de vários a nível nacional.
É cada vez mais complicado sermos atendidos telefonicamente e, por vezes, presencialmente, em muitos serviços públicos ou privados. Já lhe aconteceu?
Confesso não ter tido essa experiência. Quando procuro o serviço público sou na generalidade atendido.
Consegue utilizar bem as novas tecnologias, nomeadamente as aplicações úteis, através do telemóvel?
Sim. Através do telemóvel temos acesso ao mundo. Não dispenso. É a principal ferramenta de trabalho com tudo o que esta realidade implica de negativo.
O que é que acha deste inquérito? Estamos a ser muito narcisistas e a comunicação social não é assim tão importante como se faz crer ?
A comunicação social livre é fundamental em qualquer sociedade. É importante porque garante que as pessoas tenham acesso à informação e possam formar as suas próprias opiniões. Dá voz a diferentes pontos de vista e ajuda a defender a liberdade de expressão, permitindo que todos saibam o que realmente se passa na sociedade. Pilar na construção de futuro quando feita com independência.
Alguma vez lhe apeteceu ser jornalista por um dia ?
Várias vezes, confesso. Tenho fascínio pela informação.
Qual foi a última notícia que o deixou incrédulo?
“Inteligência artificial pinta quadro que é vendido por milhões em leilão”. Com tudo o que isto implica para o futuro na substituição do talento do indivíduo pela IA.
Sabe ou imagina quantas pessoas trabalham nas empresas que editam O MIRANTE em papel e online todos os dias?
Tenho ideia que é uma equipa em crescendo. Com várias dezenas de trabalhadores.
O que gostaria de acrescentar?
Parabéns ao jornal O MIRANTE, pela forma como todos os dias ajuda a construir uma sociedade informada. E sobretudo a valorizar aqueles que verdadeiramente fazem acontecer. Empresas, IPSS, cidadãos, muitas vezes anónimos, sem nunca deixar de colocar o dedo na ferida. Um abraço a toda a equipa do jornal.

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