“As dificuldades que enfrentamos no atendimento telefónico são uma falta de respeito e de humanismo”
As relações de proximidade são as que nos permitem confiar nas pessoas, saber com quem podemos contar, com quem podemos evoluir, pois são aqueles que mais nos conhecem.
Alguma vez lhe apeteceu ser jornalista por um dia?
Já, muitas vezes, porque há alturas em que lemos algumas coisas que não são exactas e é impossível não se ter vontade de fazer alguma coisa bem quando pensamos que o outro está a fazer mal.
Qual foi a última notícia que o deixou incrédula?
O recente assalto ao Museu do Louvre. Apesar de já não ter muita capacidade de ficar incrédula, como é que, com tanta segurança e tecnologia, aquele roubo aconteceu?
Sabe ou imagina quantas pessoas trabalham nas empresas que editam O MIRANTE em papel e online todos os dias?
Não faço ideia, mas admiro o facto de estarem sempre em cima do acontecimento, e de terem, também, a atenção de noticiar o melhor que se faz nas instituições, em especial na que represento. Quando abro o jornal vejo que é um “sítio” onde as pessoas contam muito, existe uma parte muito pessoal.
Concorda com a ideia de que damos mais atenção à notícia de uma pessoa atropelada na nossa rua, do que a um acidente com dezenas de pessoas num país longínquo?
Não acontece comigo, mas tenho plena noção que é assim. O que é próximo diz-nos sempre muito, é inevitável, o que não quer dizer que dê mais valor ao que acontece próximo nem me preocupo mais com isso do que com os acontecimentos que acontecem longe.
Qual considera ser a sua terra; aquela onde se sente realmente bem e à vontade? E considera que é a melhor terra do mundo?
A minha terra é a terra onde nasci, Vila Nova da Barquinha, mas sinto-me muito daqui, de Alpiarça, embora já não viva cá. É aqui que conheço as pessoas, que a minha vida se desenvolve, é por esta terra que eu trabalho, à qual dou muito valor. E não, não acho que a minha terra seja a melhor do mundo.
As pessoas que mais admira são algumas das que conhece e com quem contacta, ou outras a quem, muito provavelmente, nunca vai ter a possibilidade de cumprimentar?
Admirava muito o Papa Francisco, pela coragem que tinha dentro da Igreja, e admiro as pessoas que têm coragem de lutar contra tudo e contra todos, pelas boas causas em que acreditam.
Como descreveria O MIRANTE a alguém de outra região que nunca tivesse contactado com o jornal?
O MIRANTE é o jornal regional que eu leio do princípio ao fim. Compro sempre o Expresso onde leio O MIRANTE. É um jornal muito abrangente, que conta com alguma incidência a vida e os acontecimentos da região, de uma forma muito alargada, que é bem escrito e um dos que prefiro.
Ainda lê o jornal em papel?
Já não leio muito o jornal em papel, leio mais o digital.
Muita informação chega-nos através das redes sociais como Facebook, Instagram, TikTok, ou X (Twitter). Sabe quem faz, escreve e publica aquelas informações e vídeos?
No geral não sei, e por isso não acredito em muita dessa informação. Não me influencia.
É assinante de algum jornal digital, nacional ou regional, ou só acede às notícias que são disponibilizadas gratuitamente?
Não sou assinante de nenhum, leio apenas as disponibilizadas gratuitamente.
É cada vez mais complicado sermos atendidos telefonicamente e, por vezes presencialmente, em muitos serviços, sejam públicos ou privados. Já lhe aconteceu?
Já me aconteceu e não aceito nada bem. Acho uma falta de respeito ficarmos à espera dessa maneira, existe uma falta de relação humana e de respeito.
O que é que achou deste inquérito? Acha que estamos a ser muito narcisistas e que a comunicação social não é assim tão importante como se faz crer?
Não acho que estejam a ser narcisistas. Acho que a comunicação social é muito importante e precisamos de cada vez maior rigor na passagem da informação porque a forma como a mensagem é disponibilizada e transmitida é muito importante, inclusive para criar ideias e opiniões.


