Especiais | 23-11-2025 08:00

Uma sociedade madura sensibiliza-se com o que lhe é próximo e com o que se passa no mundo

Uma sociedade madura sensibiliza-se com o que lhe é próximo e com o que se passa no mundo
38 ANOS DE O MIRANTE
Tiago Carrão, presidente da Câmara Municipal de Tomar - foto O MIRANTE

O jornalismo profissional é o antídoto para a desinformação. O trabalho de quem assina, verifica e assume responsabilidade pelo que publica continua a ser insubstituível.

Alguma vez lhe apeteceu ser jornalista por um dia?
Tenho um enorme respeito pela profissão e reconheço o seu papel numa sociedade livre e informada, mas o meu percurso e motivação sempre estiveram ligados à construção de outro tipo de projectos.
Qual foi a última notícia que o deixou incrédulo?
Acredito que todos nós ficamos incrédulos com a sucessão de tragédias humanitárias no mundo, da guerra na Ucrânia à situação no Médio Oriente. Custa perceber como, em pleno século XXI, ainda há tanta incapacidade para o diálogo e tanta indiferença perante o sofrimento humano.
Muita informação chega-nos através das redes sociais. Sabe quem faz, escreve e publica aquelas informações e vídeos?
Nem sempre sabemos quem está por detrás da informação que circula nas redes sociais e isso é um dos maiores desafios do nosso tempo, ainda mais potenciado pelas novas tecnologias de inteligência artificial. É por isso que o jornalismo profissional é o antídoto para a desinformação, o trabalho de quem assina, verifica e assume responsabilidade pelo que publica continua a ser insubstituível.
É assinante de algum jornal digital, nacional ou regional, ou só acede às notícias que são disponibilizadas gratuitamente?
Sou leitor regular de vários meios digitais, tanto internacionais como nacionais e regionais. Leio muitas notícias de acesso livre, mas também sou assinante de alguns projectos em formato áudio. A informação credível e de qualidade tem custo e apoiar quem a produz é uma forma de proteger o direito de todos a serem bem informados.
Costuma dar mais atenção à informação de proximidade?
Sim, é natural que a proximidade nos desperte maior empatia. Quando algo acontece na nossa rua, envolve o nosso quotidiano, as nossas pessoas, os nossos lugares. Mas também acredito que o exercício da empatia tem de ir para além daquilo que nos é próximo. Uma sociedade madura é aquela que se sensibiliza com o que acontece na nossa terra e no mundo.
Qual considera ser a sua terra; aquela onde se sente realmente bem e à vontade?
Tomar, terra onde nasci e cresci, onde constituí família e faço a minha vida. É o lugar onde me sinto em casa, com o coração e com a razão. O lugar que hoje tenho o privilégio de servir pelas funções que desempenho. Para mim é a melhor terra do mundo; a que me desafia e inspira todos os dias a querer fazer melhor.
Quem são as pessoas que mais admira?
Mais do que nomes, admiro a acção de quem tem visão, coragem e humildade. Admiro profundamente pessoas que constroem, que lideram pelo exemplo e que servem os outros com integridade. Sejam líderes internacionais, empresários ou cidadãos anónimos que se levantam todos os dias para dar o seu contributo à comunidade.
Como descreveria O MIRANTE a alguém que nunca tivesse contactado com o jornal?
Jornal com alma regional e cuja relevância vai para além da região. É uma publicação que conhece e acompanha o território, as pessoas e os contextos com um olhar atento, crítico e construtivo. Tem sido uma voz importante no Médio Tejo e na Lezíria do Tejo, capaz de aproximar cidadãos, autarquias e instituições através da informação.
Ainda lê o jornal em papel?
Leio sobretudo em formato digital, por conveniência e rapidez. Mas continuo a gostar de folhear o papel, obriga-nos a parar, a reflectir, a ler com mais atenção.
É cada vez mais complicado sermos atendidos telefonicamente e, por vezes, presencialmente. Já lhe aconteceu?
Já me aconteceu, como a todos. Mas prefiro ver o lado construtivo da transformação tecnológica. O que precisamos é de garantir que a digitalização não substitui o contacto humano, mas o complementa. No serviço público, essa dimensão humana é fundamental.
Consegue utilizar bem as novas tecnologias?
Sim, uso diariamente várias ferramentas digitais, tanto na vida pessoal como profissional. As novas tecnologias são essenciais para a eficiência e transparência na gestão pública. Mas também sei que é importante garantir que ninguém fica para trás neste processo.
O que achou deste inquérito?
É importante que os jornais e os meios de comunicação social reflictam sobre o seu papel e questionem a forma como comunicam. A comunicação social é uma das bases de uma sociedade livre — quando perde força, a democracia enfraquece.
Sabe ou imagina quantas pessoas trabalham nas empresas que editam O MIRANTE em papel e online todos os dias?
Imagino que seja uma equipa dedicada e que, como é conhecido dos meios de comunicação social local e regional, com pouco faz muito. É impressionante o alcance e proximidade que O MIRANTE consegue ter, sinal de profissionalismo, paixão e sentido de missão.
O que gostaria de acrescentar?
Gostava de deixar uma palavra de reconhecimento. O MIRANTE tem sido um agente importante da identidade regional. Num tempo em que tudo é rápido e superficial, o vosso trabalho ajuda a dar contexto, memória e profundidade à vida das nossas comunidades. Que continuem a informar com verdade, independência e coragem.

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