Especiais | 25-11-2025 16:00

“As redes sociais democratizaram o acesso à informação, mas também à desinformação”

“As redes sociais democratizaram o acesso à informação, mas também à desinformação”
38 ANOS DE O MIRANTE
Luís Miguel Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Ourém - foto O MIRANTE

Quando há ausência de imprensa regional, perde-se contexto, transparência e capacidade de escrutínio. Regiões sem comunicação social local ficam mais pobres democraticamente, socialmente e até culturalmente.

Valorizamos o que acontece no nosso território, com as nossas pessoas. A proximidade cria envolvimento e responsabilidade. O MIRANTE é, justamente, um jornal regional, vocacionado para retratar a vida da região, e tem cumprido essa missão com rigor. A proximidade informativa ajuda a fortalecer a confiança entre cidadãos e instituições, e isso é especialmente importante num tempo em que a opinião pública se forma com grande velocidade e, por vezes, pouca profundidade.
A minha terra é aquela onde cresci, estudei, trabalho e onde construí as minhas relações pessoais e familiares. É onde me sinto bem, onde tenho raízes, amigos e onde posso viver com tranquilidade e qualidade de vida. Por isso, digo com orgulho que a minha terra é Ourém. Com todas as suas virtudes e desafios, não a trocaria por nenhum outro lugar do mundo para viver. É aqui que me encontro, que me realizo e que quero continuar a contribuir para o bem comum.
As pessoas que mais admiro são, acima de tudo, aquelas com quem tive e tenho o privilégio de privar no dia a dia. A começar pelos meus pais, que me transmitiram valores essenciais, como o respeito pelo outro, o sentido de responsabilidade e a importância do trabalho sério e honesto. São a base daquilo que sou e estarão sempre no topo das minhas referências.
Tive a oportunidade de conhecer pessoas extraordinárias, como o Papa Francisco, com quem tive o privilégio de conversar. A sua visão humanista, o compromisso com a paz e a sua capacidade de unir, sem ceder à facilidade da divisão, fizeram dele uma personalidade absolutamente inspiradora. Mas admiro, igualmente, todos os que trabalham silenciosamente pelo bem comum, desde professores a bombeiros, voluntários, profissionais de saúde, cuidadores e tantos outros que, muitas vezes sem visibilidade pública, fazem a diferença na vida de muitos.
O MIRANTE é um jornal de proximidade, atento aos acontecimentos da região. Continuo a receber e a valorizar o jornal em papel, pela sua dimensão mais pausada e pela ligação à tradição da imprensa escrita. No entanto, no dia-a-dia, acabo por acompanhar com maior regularidade a edição digital. Talvez por ter pouco tempo e o acesso à informação online ser imediato. É uma forma mais prática de estar sempre actualizado.
A informação local é um serviço público essencial. Ela aproxima-nos do que acontece à nossa porta, dá voz às pessoas, acompanha os problemas e os sucessos locais e contribui para fortalecer a participação cívica. Quando há ausência de imprensa regional, perde-se contexto, transparência e capacidade de escrutínio. Regiões sem comunicação social local ficam mais pobres democraticamente, socialmente e até culturalmente.
As redes sociais democratizaram o acesso à informação, mas também à desinformação. É por isso que procuro, sempre que possível, privilegiar conteúdos produzidos por órgãos de comunicação social credíveis. Nem sempre sabemos quem está por detrás do que circula online e isso exige-nos prudência. Tento ser selectivo e crítico naquilo que consumo. A responsabilidade pública exige-nos rigor também na forma como tratamos a informação que recebemos.
A evolução tecnológica trouxe eficiência em muitos serviços, mas também criou barreiras para quem não domina essas ferramentas. Ou para quem precisa de um contacto directo para resolver questões específicas. O atendimento ao público, sobretudo no sector público, deve ser célere, próximo e humanizado. Temos de continuar a investir em serviços acessíveis para todos, respeitando ritmos e necessidades diferentes dentro da nossa comunidade.
Hoje em dia há excesso de ruído e informação dispersa. A comunicação social tem um papel absolutamente central numa democracia saudável. Reforçar a credibilidade e o rigor jornalístico é mais importante do que nunca. Se este inquérito de aniversário se destina a contribuir para aproximar o jornal da comunidade e para aprofundar o diálogo, então cumpre bem o seu propósito.
A notícia do homicídio da vereadora em Vagos (atingida a tiro pelo filho menor) deixou-me profundamente abalado. É um acontecimento impossível de compreender, que nos obriga a reflectir sobre o caminho que a nossa sociedade está a percorrer e sobre a importância da educação, do acompanhamento às gerações mais jovens e do reforço dos valores fundamentais de convivência, respeito e humanidade. Como pai, e como cidadão, confesso que estas situações me tocam de forma sensível.
Não sei quantas pessoas trabalham em O MIRANTE, mas imagino que seja um número significativo. Para produzir informação diária, com o volume e a diversidade de conteúdos que O MIRANTE apresenta, é necessária uma equipa dedicada, multifacetada e coesa.

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