“É fundamental garantir que todos os cidadãos tenham competências digitais para não ficarem excluídos”
Surgem diariamente notícias que preferia que não fossem verdade, nomeadamente as relacionadas com a falta de resposta dos serviços públicos de saúde, criminalidade e conflitos entre nações, entre outras.
Qual considera ser a sua terra; aquela onde se sente realmente bem e à vontade?
A minha terra é o meu concelho. Nasci e cresci aqui, e é aqui que me sinto verdadeiramente em casa — onde me sinto bem, realizado e rodeado pelas pessoas que gosto e pelas quais procuro fazer o meu melhor. É uma terra com alma, com um povo genuíno e trabalhador. Costumo dizer que Coruche é a melhor terra do mundo porque equilibra tradição, natureza e futuro.
Quem são as pessoas que mais admira?
As pessoas que mais admiro são as que têm carácter íntegro, ético e um perfil vertical, que orientam a sua acção para a defesa do interesse público e contribuem para o bem estar das suas comunidades e para o desenvolvimento dos seus territórios.
Como descreveria O MIRANTE a alguém que nunca tivesse contactado com o jornal?
O MIRANTE é um jornal que dá voz à região e está atento à realidade das suas comunidades. Retrata as pessoas e os acontecimentos com rigor, proximidade e sentido crítico. Em muitos aspectos é uma referência do jornalismo regional com credibilidade e utilidade pública.
Ainda lê o jornal em papel?
Leio o jornal em papel e online. O papel continua a ter um valor simbólico e proporciona uma leitura mais calma e reflectida, enquanto o digital garante actualidade e acessibilidade. Ambos se complementam e são indispensáveis.
Muita informação chega-nos através das redes sociais. Sabe quem faz, escreve e publica aquelas informações e vídeos?
Nem sempre sabemos quem está por trás das publicações nas redes sociais, e isso é preocupante. Devemos valorizar o jornalismo profissional - feito com responsabilidade, verificação e ética.
É assinante de algum jornal digital, nacional ou regional, ou só acede às notícias que são disponibilizadas gratuitamente?
Sou assinante de vários órgãos de comunicação digital. Acredito que o jornalismo de qualidade tem valor e deve ser apoiado por quem o consome.
É cada vez mais complicado sermos atendidos telefonicamente e, por vezes, presencialmente, em muitos serviços, sejam públicos ou privados. Já lhe aconteceu?
Já me aconteceu, como a todos nós. É um reflexo da transformação tecnológica, mas acredito que a humanização do atendimento deve continuar a ser uma prioridade, sobretudo nos serviços públicos.
Consegue utilizar bem as novas tecnologias, nomeadamente as aplicações úteis, através do telemóvel?
Utilizo bem as novas tecnologias. Fazem parte da vida moderna e da gestão autárquica. Mas é fundamental garantir que todos os cidadãos tenham acesso e competências digitais para não ficarem excluídos.
O que achou deste inquérito?
A comunicação social é essencial. É um dos pilares da democracia e do direito à informação por parte dos cidadãos. Devemos estimá-la e defendê-la, porque sem informação livre e responsável não há comunidades verdadeiramente esclarecidas.
Alguma vez lhe apeteceu ser jornalista por um dia?
Nunca senti esse apelo, nem me reconheço com vocação para tal. Tenho grande respeito pelo jornalismo e pelos desafios com que se deparam diariamente. É uma profissão exigente do ponto de vista do rigor e é fundamental para o funcionamento das sociedades livres.
Qual foi a última notícia que o deixou incrédulo?
Surgem diariamente notícias que preferia que não fossem verdade, nomeadamente as relacionadas com a falta de resposta dos serviços públicos de saúde, criminalidade e conflitos entre nações, entre outras.
Sabe ou imagina quantas pessoas trabalham nas empresas que editam O MIRANTE em papel e online todos os dias?
Imagino que seja uma equipa dedicada, mas pequena, que faz muito com poucos recursos — algo comum na imprensa regional. É admirável a capacidade de manter a qualidade e a proximidade com os leitores.
O que gostaria de acrescentar?
Quero felicitar O MIRANTE pelos 38 anos de existência. São quase quatro décadas a dar voz ao Ribatejo e a contribuir para a nossa identidade colectiva. Que continuem a informar com rigor, independência e espírito regionalista.


