“Por vezes nem sequer conhecemos o vizinho do lado devido à velocidade a que somos obrigados a viver”
As notícias são sempre importantes, não por serem relativas a pessoas que conhecemos ou por serem de uma outra qualquer proveniência. A notícia é sempre notícia. Pode é ser lida, ou entendida, como mais ou menos relevante.
Qual foi a última notícia que o deixou incrédulo?
Nos últimos anos têm sido tantas, tal é aquilo que nos chega diariamente do país e do mundo, que teria de ter várias páginas de uma edição de O MIRANTE para as colocar lá todas.
Muita informação chega-nos através das redes sociais. Sabe quem faz, escreve e publica aquelas informações e vídeos?
Hoje é essa a realidade e não a podemos ignorar. É preciso ter cuidado no uso dessa informação, pois nem sempre a mesma corresponde ao que verdadeiramente se passa. Se queremos conhecer a realidade que nos rodeia não podemos estar afastados das redes sociais, mas raramente uso aquela informação para fazer as minhas comunicações.
É assinante de algum jornal digital, nacional ou regional, ou só acede às notícias que são disponibilizadas gratuitamente?
Não sou assinante de jornal digital, uso as notícias que os mesmos disponibilizam nas suas páginas.
Costuma dar mais atenção às notícias de proximidade?
As notícias são sempre importantes, não por serem relativas a pessoas que conhecemos ou por serem de uma outra qualquer proveniência. A notícia é sempre notícia, pode é ser lida, ou entendida, como mais ou menos relevante.
Em Portugal há mais de 60 municípios sem um jornal ou rádio de informação local. Sentiria falta de informação local, se vivesse numa região como aquelas?
Muitas vezes a dimensão do Município é de tal modo pequena que a viabilidade financeira de um órgão de informação é difícil, pelo que esta “falta” de informação local terá que ser suprida por um órgão de comunicação da região, com jornalistas que acompanhem o que se passa. No nosso distrito, O MIRANTE faz esse trabalho muito bem.
Como descreveria O MIRANTE a alguém que nunca tivesse contactado o jornal?
Como um jornal que tem o privilégio de ter uma equipa de excelência e que todos os dias nos consegue transmitir aquilo que a nossa região tem de melhor e de menos bem, de forma isenta.
Ainda lê o jornal em papel?
Vejo diariamente a edição digital, mas nunca dispenso o jornal em papel, pois, para mim, as notícias em papel continuam a ter outro sabor.
Qual considera ser a sua terra; aquela onde se sente realmente bem e à vontade? É a terra onde nasceu ou outra?
Para as pessoas que já ultrapassaram os 50 anos, a terra onde nascemos é sempre uma terra que nos fica ligada umbilicalmente, mas só isso. Hoje vivemos a vida de uma forma em que a nossa terra será sempre aquela onde vivemos naquele momento, facto que leva a que muitas vezes nem sequer conhecemos o vizinho do lado, pois a velocidade com que a sociedade nos faz viver a isso nos obriga.
Quem são as pessoas que mais admira?
As pessoas que mais admirei foram aquelas com quem tive o privilégio de trabalhar e conviver, infelizmente algumas já partiram para a sua vida eterna. Hoje, infelizmente, já começo a ter dificuldade em admirar alguém, pois muitos princípios que apreendi na vida e que me faziam admirar e respeitar muitas das pessoas que admirei e respeitei, começam a rarear mesmo naqueles que tinham o dever e obrigação de os ter.
É cada vez mais complicado sermos atendidos telefonicamente e, por vezes presencialmente, em muitos serviços, sejam públicos ou privados. Já lhe aconteceu?
Infelizmente as novas tecnologias a isso nos obrigam. No princípio foi difícil, mas com o tempo fomo-nos acostumando até porque com a diminuição que o Estado e outras entidades fazem no pessoal, o tempo que demora o atendimento presencial é muito longo.
Consegue utilizar bem as novas tecnologias, nomeadamente as aplicações úteis, através do telemóvel?
Sim. Este é o tempo em que já não podemos viver sem o recurso a esses meios.
O que é que achou deste inquérito?
O inquérito é isso mesmo, conhecer o que pensa a pessoa a quem ele é solicitado. A comunicação social, num Estado que queremos que continue a ser um verdadeiro Estado democrático, nunca pode deixar de ser séria e isenta e de estar ligada às pessoas e organizações.


