“A avaliação externa do nosso trabalho deveria ser obrigatória por contribuir para a nossa evolução”
O surgimento constante de novas aplicações para os telemóveis, a maioria das quais sem qualquer interesse ou aplicabilidade, traduz-se apenas numa sobrecarga para o nosso dia-a-dia.
Como descreveria O MIRANTE a alguém que nunca tivesse contactado o jornal?
Como um meio de comunicação social na charneira da informação regional no nosso distrito sempre atento a tudo o que se faz e acontece no nosso meio.
Ainda lê o jornal em papel?
É um hábito que não se perde e que se valoriza para alguém que já viveu numa época anterior à informação digital. Por isso mesmo, leio sempre a edição em papel.
Há mais de 60 municípios sem um jornal ou rádio de informação local. Acha que sentiria falta de informação local, se vivesse numa região como aquelas?
Sem dúvida. A falta de informação actualizada e transmitida é perigosa porque traduz défice cultural que se traduz em desinvestimento pessoal e empresarial na nossa região.
Muita informação chega-nos através das redes sociais. Sabe quem faz, escreve e publica aquelas informações e vídeos?
Acompanho regularmente estas plataformas, sempre com uma atitude crítica, mas também construtiva sempre que possível, com o contributo pessoal activo na informação transmitida.
É assinante de algum jornal digital, nacional ou regional, ou só acede às notícias que são disponibilizadas gratuitamente?
Sou assinante de um semanário e de alguns jornais regionais e nacionais e acompanho também as plataformas de informação nacionais disponíveis “online”.
Consegue utilizar bem as novas tecnologias, nomeadamente as aplicações úteis, através do telemóvel?
Sem problema. No entanto, o surgimento constante de novas aplicações para os telemóveis, a maioria das quais sem qualquer interesse ou aplicabilidade, traduz-se apenas numa sobrecarga para o nosso dia-a-dia, difícil de evitar.
Qual considera ser a sua terra, aquela onde se sente realmente bem e à vontade?
Considero Santarém a minha terra dado que resido nesta cidade há 27 anos. Sou natural de uma pequena aldeia próxima do Fundão, de nome Alcongosta, conhecida como a capital da cereja nacional. No entanto, morei em Lisboa desde o primeiro ano de vida até aos 35 anos, cidade onde fiz os meus estudos que culminaram com a Licenciatura em Medicina e a especialização em Cardiologia e Arritmologia. Santarém não será a melhor terra do mundo, mas poderia ser muito melhor, se houvesse mais empenho dos decisores
As pessoas que mais admira são algumas das que conhece e com quem contacta, ou outras a quem, muito provavelmente, nunca vai ter a possibilidade de cumprimentar?
As pessoas que admiro são as pessoas com as quais trabalho todos os dias, porque se não fosse verdade, não trabalharia com esta equipa. Para além, da minha família que muito valorizo e para a qual poderia, talvez, dar mais tempo disponível, será difícil nomear mais alguém além daqueles para os quais a minha vocação de médico se concretiza no dia-a-dia.
É cada vez mais complicado sermos atendidos telefonicamente e, por vezes presencialmente, em muitos serviços, sejam públicos ou privados. Já lhe aconteceu?
Penso que o atendimento telefónico complementado com as aplicações disponíveis na Internet, torna hoje mais fácil esse contacto. As aplicações que não cumprem esse objectivo tenderão a desaparecer.
O que é que achou deste inquérito?
A avaliação externa do nosso trabalho deveria ser obrigatória. Será a melhor maneira de evoluirmos no sentido de aperfeiçoamento da nossa actividade.
Alguma vez lhe apeteceu ser jornalista por um dia?
Colaboro em outros meios de comunicação nacionais e internacionais por convite, em artigos de opinião. Para ser jornalista, tal como para ser médico conceituado, será preciso formação e por isso não aceitaria esse convite.
Sabe ou imagina quantas pessoas trabalham nas empresas que editam O MIRANTE em papel e online todos os dias?
Serão muitas, porventura. No entanto o produto final não se avalia pelo número de profissionais, mas pela qualidade somada.
O que gostaria de acrescentar?
Dar os parabéns ao jornal O MIRANTE pela sua longa existência e persistência na transmissão de uma informação de qualidade.


